Apesar de pontos críticos, ‘nó logístico’ no Brasil tem solução com investimentos em intermodalidade, avalia especialista

por Leandro Tavares,
da redação para o Brasil Caminhoneiro

O setor de logística comemorou no último dia 6 de junho o Dia da Logística. No entanto, no Brasil, esta atividade também tem motivos de sobra para lamentar. Apesar do forte potencial econômico e de contar com profissionais cada vez mais capacitados nesta área, a falta de investimentos em infraestrutura e as dificuldades burocráticas do Brasil evitam que o país tenha um desempenho melhor nesta área.

Recentemente, a nova Lei dos Portos aprovada pela Presidente Dilma Rousseff abriu discussões sobre outras medidas que podem ser tomadas para contribuir com o segmento. Edson Carillo, vice-presidente de Marketing da Abralog, acredita que há vários nós logísticos para serem desatados. “A falta de infraestrutura é o mais crítico. Além dele, os associados a questões tributárias são outros que deveriam ser solucionados”, afirmou Carillo, que também é professor da FGV-SP.

Um exemplo de desafio logístico para o Brasil é investimento na intermodalidade, uma vez que atualmente há predomínio do modal rodoviário, responsável por mais de 60% do transporte de cargas no Brasil. “A intermodalidade ainda é algo a melhor explorar, a despeito da infraestrutura faltante, alguns aspectos burocráticos devem ser resolvidos para a efetiva adoção”, avalia o vice-presidente da Abralog.

Dinheiro não falta para investimentos. A um ano da Copa do Mundo, o Brasil tem recebido cada vez mais investidores com olhar cuidadoso na nossa economia. “Segundo plano do governo, deverão ser investidos cerca de R$ 80 bilhões nos próximos 5 anos para Rodovias e Ferrovias”, lembra Carillo.

Alguns dos estudos para melhorar a infraestrutura do país já estão em andamento. De acordo com Edson Carillo, foram iniciados os estudos das rodovias BR-116, em Minas Gerais, e BR-040, que corta o Distrito Federal, Goiás e Mato Grosso. Há também a publicação do edital dw sete lotes de rodovias.

Além disso, as ferrovias, que somam 10 mil quilômetros em extensão, foram divididas em dois grupos. O grupo um (Ferroanel SP – Tramo norte, Ferroanel SP – Tramo sul, Acesso ao Porto de Santos, Lucas do Rio Verde – Uruaçu, Estrela d’Oeste – Panorama – Maracaju e Açailândia – Vila do Conde), está com edital de concessão a ser publicado. Para o grupo dois (Uruaçu – Corinto – Campos, Salvador – Recife, Rio de Janeiro – Campos – Vitória, Belo Horizonte – Salvador, Maracaju – Mafra, São Paulo – Mafra – Rio Grande), espera-se que o edital de concessão seja realizado ainda este ano.

“De uma forma geral, os problemas estão endereçados, isto é, conforme apresentado no PIL – Programa de Investimentos em Logística, existem propostas de solução. O fato é que apesar de conhecidos e com propostas faltam projetos consistentes, o que atrasa a resolução”, concluiu Carillo.

Foto: Divulgação

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