Após a notícia de que os combustíveis ficariam mais caros nas refinarias, veio a novidade que todo mundo torcia para que não acontecesse: o óleo diesel teve um aumento real nas bombas de postos do Brasil todo. As distribuidoras anunciam uma elevação média de R$ 0,02 no preço de custo do litro de diesel a partir de 1º de julho.
No entanto, apesar da alta nas refinarias, este aumento teve outro culpado. Os valores praticados para o biodiesel no 26º leilão do produto, realizado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), são os responsáveis pelo reajuste.
“Esse repasse médio de dois centavos decorre exclusivamente do aumento do óleo vegetal. No caso, é o biodiesel que é misturado ao diesel convencional. Segundo o atual modelo de comercialização de combustíveis no Brasil, o posto revendedor não pode comprar produto diretamente da refinaria ou das usinas, adquirindo-o exclusivamente das distribuidoras”, disse Paulo Miranda Soares, presidente da Fecombustíveis.
“Nós estamos alertando os consumidores sobre a possibilidade do aumento porque as companhias distribuidoras já nos avisaram que estão comprando esse óleo [biodiesel] mais caro e que teriam que repassar este aumento. É preciso ressaltar, ainda, que as margens de comercialização do óleo diesel são muito pequenas, são as menores dentre todos os derivados. Eu acredito que dificilmente o revendedor consiga absorver o aumento sem repassá-lo ao consumidor final”, afirma Soares.
Segundo o atual modelo de comercialização de combustíveis no Brasil, o posto revendedor não pode comprar produto diretamente da refinaria ou das usinas, adquirindo-o exclusivamente das distribuidoras. Seus preços, portanto, estão intimamente atrelados aos praticados por estas companhias.
“Importante ressaltar que o mercado é livre e competitivo em todos os segmentos, cabendo a cada distribuidora e posto revendedor decidir se irá repassar ou não ao consumidor os maiores preços, bem como em qual percentual, de acordo com suas estruturas de custo”, diz trecho do comunicado. Ainda no texto, a Federação “entende ser imprescindível manter a sociedade informada, para que a revenda varejista, face mais visível da cadeia de abastecimento e quem lida diretamente com o consumidor, não seja responsabilizada por alterações no preço ocorridas em outras etapas do mercado e que, muitas vezes, são apenas repassadas pelos postos”.
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