Bebê nasce após mãe ser arremessada de caminhão em grave acidente

No acidente, a jovem foi arremessada para fora de um caminhão e morreu após ter o abdômen rompido, o que obrigou a bebê a nascer involuntariamente

Motorista ficou preso nas ferragens do veículo e a passageira, uma gestante de cerca de 39 semanas, foi arremessada para fora do caminhão (Foto: Divulgação/Arteris)

Uma menina nasceu durante um trágico acidente de trânsito na Rodovia Régis Bittencourt, no interior de São Paulo. Uma jovem, que estava grávida, foi arremessada para fora de um caminhão e morreu após ter o abdômen rompido, o que obrigou a bebê a nascer involuntariamente.

O acidente ocorreu por volta das 12h30. O médico Elton Barbosa foi chamado para socorrer duas vítimas de um acidente no Km 517, na Serra do Azeite, em Cajati. Ele faz parte da equipe de atendimento pré-hospitalar da Rodovia Regis Bittencourt, que imediatamente foi para o local da ocorrência identificar o que realmente havia acontecido.

De acordo com a concessionária responsável pela rodovia, uma carreta que transportava tábuas de madeira saiu da pista e tombou. O motorista ficou preso nas ferragens do veículo e a passageira, uma gestante de cerca de 39 semanas, foi arremessada para fora do caminhão. A carga de madeira caiu na rodovia e atingiu a mulher.

“O motorista já estava sendo retirado das ferragens do caminhão por outra equipe. A mulher estava embaixo de pranchas de madeira. Eu estava tentando chegar até a vítima para atestar o óbito quando ouvi um choro abafado de uma criança. Tiramos as pranchas de madeira e vimos a gestante. A criança estava entrelaçada nas vísceras da mãe”, conta o médico.

De acordo com Fernando, com o capotamento, a jovem caiu na rodovia e várias tábuas de madeira caíram em cima dela. A hipótese, segundo o médico, é que as pranchas tenham rompido o abdômen da mãe. “O feto foi expulso pelo trauma. Quando eu cheguei, o bebê estava entrelaçado nos restos mortais. Eu retirei aquela criança, fiz os procedimentos cabíveis e levei para a ambulância”, conta Barbosa.

A bebê foi encaminhada para a UTI Neonatal do Hospital Regional de Pariquera-Açu, cidade vizinha a Cajati. Enquanto a bebê estiver internada, a Polícia Civil irá tenta localizar os documentos dos pais.

Bebê nasce após mãe ser arremessada de caminhão em grave acidente (Foto: Divulgação/Arteris)

Caso nenhum familiar apareça, o Serviço Social do hospital aciona o Conselho Tutelar para levar a criança para um abrigo até que a Justiça determine o destino da criança.

Ainda segundo o hospital, a bebê não teve ferimentos, mas, por conta do trauma, necessita de cuidados médicos, apesar de passar bem. O médico que realizou o resgate ainda não acredita como a bebê conseguiu se manter viva até a chegada da equipe.

“Vou ser sincero. Foi Deus. Pela cinemática, pelo que eu vi, não sei como saiu viva. Quem manteve viva foi o próprio corpo da mãe. É raro isso acontecer. O abdômen da mãe foi exposto. A mãe estava sob várias pranchas de MDF. Eu não sei como essa criança saiu viva”, explica o médico.

A mãe da menina teve esmagamento de crânio e perdeu vários membros. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Registro. Porém, a mulher estava sem os documentos pessoais e ainda não foi identificada.

Jonathas Ferreira, o motorista da carreta, foi encaminhado ao Hospital Regional de Pariquera-Açu. Segundo informações, o motorista não é o pai da criança e apenas deu uma carona para a gestante.

O momento de dor e esperança ficará marcado na memória do médico. “Foi emocionante. Infelizmente tivemos o óbito da mãe, torcemos para que isso não ocorra. Mas, diante da tragédia, conseguimos fazer o procedimento e salvar a bebê. Foi gratificante. Essa ocorrência literalmente marcou a minha vida. Acho que na história da rodovia nunca ocorreu um acidente nessa proporção. Perdemos uma vida, mas fomos responsáveis por dar a vida a uma menina”, finaliza.

Atualização

Menina nasceu com 3,12 kg e 46 centímetros (Foto: Divulgação/Arteris)

O motorista do caminhão que se envolveu em um acidente na quinta-feira (26) na Rodovia Régis Bittencourt, em Cataji (SP), onde um bebê nasceu mesmo com a morte da mãe, deu carona para a mulher em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, segundo a Polícia Civil.

Ele recebeu alta na sexta-feira (27) e, segundo a família, está em casa. A polícia informou que ele deu uma carona para a grávida em um posto às margens da BR-116, em São José dos Pinhais, cerca de 100 km de distância do local do acidente.

O homem prefere não falar sobre o assunto por estar abalado emocionalmente. Aos médicos que prestaram o atendimento, ele disse que não conhecia a mulher. A empresa em que ele trabalha preferiu não se manifestar.

O corpo dela, que estava sem documentos, aguarda identificação no Instituto Médico-Legal (IML) de Registro (SP). A criança está internada em um hospital do estado vizinho e recebeu das enfermeiras o nome de Giovana – por significar que é protegida por Deus.

A menina nasceu com 3,12 kg e 46 centímetros. Como não há informações da mãe, investigadores da polícia e conselheiros tutelares começaram a procurar familiares e até o pai. Delegacias de cidades ao sul de São Paulo, e também do Paraná, foram acionadas para prestar apoio às buscas.

Caso não seja encontrado algum familiar, o corpo da mãe será encaminhado ao cemitério para ser enterrado como indigente, e a menina levada até um abrigo municipal para que possa ser adotada.

A polícia e o Conselho Tutelar pedem que quem tiver mais informações sobre a identidade da mãe entre em contato com a Delegacia de Cajati, pelos telefones (13) 3854-1181 ou (13) 3854-1774.

Com informações do G1

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