Caminhões, vans e ônibus Mercedes-Benz recebem novos motores e ganham pacote com novos itens de conforto e tecnologia

Por Mauro Cassane

O que todo mundo sabia, e esperava, é que, para atender a nova legislação de emissões, os novos motores trariam um sobrepreço aos veículos entre 10% e 15%. Por enquanto, MAN e Mercedes-Benz, as alemãs que anteciparam suas novidades para Fenatran, aproveitaram a deixa para, também, dar uma renovada em sua linha.

A Mercedes-Benz mexeu em todos os seus produtos, das vans, passando pelos caminhões e incluindo também os ônibus. “É a primeira vez em nossa história que fizemos uma renovação simultânea em toda nossa linha de veículos comerciais“, disse Jürgen Ziegler, presidente da empresa e CEO para a América Latina.

De acordo com Ziegler, esta inovação, bem como o aumento da capacidade produtiva da fábrica de São Bernardo do Campo/SP – que agora trabalha com três turnos, além da preparação da planta de Juiz de Fora/MG, para a produção dos caminhões da linha Actros e Accelo – fazem parte da inversão de um bilhão de reais anunciada em 2010.

A tecnologia aplicada aos motores Mercedes-Benz para atender as normas do Proconve P-7 já é largamente utilizada pelos caminhões da marca na Europa desde 2005. Mesmo assim, a tecnologia BlueTec 5 foi testada no Brasil durante mais de três anos em mais de 100 veículos.

Foram mais de 52 mil horas de testes em bancos de prova e cerca de 10,5 milhões de quilômetros de testes de durabilidade em veículos, sendo 6,5 milhões de quilômetros com caminhões.

A tecnologia BlueTec 5 inclui o uso de ARLA 32 (Agente Redutor Líquido de NOx Automotivo) no escapamento do veículo para pós-tratamento dos gases de escape por redução catalítica seletiva (SCR).

O ARLA 32, que é armazenado num reservatório específico no veículo, converte o NOx em Nitrogênio puro e em vapor de água, que são inofensivos à natureza, melhorando a qualidade do ar.

Ao contrário do que muitos especialistas em transporte disseram, a nova tecnologia acrescenta, em média, um peso extra de apenas 100 quilos ao caminhão.

Muita gente falou em “uma tonelada” a mais de peso, muita gente disse que as carretas para os novos caminhões teriam que ser “adaptadas”. “O certo é que o caminhão pesará 100 quilos a mais, será cerca de 10% mais caro, mas, em compensação, os novos engenhos propiciam economia média de 6% de combustível”, atesta Claudio Gasparetti, supervisor de marketing de produto caminhões.

Para a linha Sprinter a Mercedes-Benz optou por utilizar a tecnologia EGR, batizada pela marca de BlueEFFICIENCY. Sem precisar do aditivo Arla 32, o sistema faz a recirculação dos gases de escape – por isso a sigla EGR – que insere gás de escape dentro do cilindro visando reduzir a temperatura e, consequentemente, a formação de NOx.

“Como o Sprinter utiliza um motor diesel de alta rotação, no qual o trabalho a plena carga não é constante, esta solução mostrou-se eficiente e atende inteiramente as normas do Proconve P-7”, disse Joachim Maier, vice-presidente da Mercedes-Benz.

A Mercedes-Benz irá utilizar os motores OM 651 LA e OM 924 LA de 4 cilindros, além dos propulsores de 6 cilindros OM 926 LA, OM 457 LA e OM 501 LA. Todos ganharam mais potência, maior torque e se mostraram, de acordo com a engenharia da fábrica, mais econômicos (média de 6% de redução de consumo).

A partir de janeiro do ano que vem, todos os caminhões Mercedes-Benz ficam mais parecidos com as linhas do Actros. Às já conhecidas famílias Accelo, Atego, Axor e Actros, juntam-se agora os caminhões Atron, formando os cinco “As” da Mercedes-Benz.

Foto: Divulgação

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