Caminhoneiro tem hoje renda próxima de zero, afirma estudo

Após fazer um frete de R$ 10 mil, o caminhoneiro ficará com R$ 300 nas mãos após os custos

Durante a greve dos caminhoneiros, os manifestantes argumentavam que a atividade de transporte rodoviário era economicamente inviável. Estudo do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), mostra que a situação da categoria se deteriorou bastante desde 2014.

Em 2016 e 2017, a atividade trabalhou no vermelho e, hoje, gera renda perto de zero. No acumulado de 2018, a margem de lucro ficou em 3%. Ou seja: após fazer um frete de R$ 10 mil, o profissional ficará com R$ 300 nas mãos após os custos.

Segundo Maurício Lima, diretor do Ilos o transporte rodoviário viveu a “tempestade perfeita”. Graças ao financiamento de caminhões com juros baixo, a frota cresceu no momento em que a demanda por frete despencou junto com a economia, que retraiu 7% em 2015 e 2016.

Em crise, as empresas, além de contratarem menos, também reduziram os preços pagos pelo transporte de mercadorias. “O caminhoneiro ficou sem nenhum poder de barganha.”

Diante do baixo retorno da atividade atualmente, os caminhoneiros buscam saídas para continuar trabalhando enquanto os preços praticados não melhoram. Embora seja difícil economizar em combustível – item que pode chegar a quase 50% dos custos em viagens de longa distância, segundo a Ilos -, Lima diz que os motoristas podem recorrer a “gambiarras” para adiar gastos com manutenção do veículo, por exemplo – a despeito do perigo que essa decisão pode representar.

Com informações do Estado de S.Paulo e da Istoé Dinheiro

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