Com PSI de 6% e pressão na demanda, fabricantes apostam em alta das vendas em 2014

Por Mauro Cassane,
editor do Portal Brasil Caminhoneiro

Depois de anunciada a taxa do Finame PSI para o ano que vem, o mercado finalmente começa a respirar mais aliviado. Guido Mantega, Ministro da Fazenda, bateu o martelo em 6% para o ano inteiro de 2014. Dois pontos percentuais a mais ainda estão abaixo da estimativa da inflação e era um número já previsto pelo mercado.

“Dificilmente a taxa ficaria nos atuais 4%”, diz Bernardo Fedalto, diretor de Caminhões da Volvo do Brasil. Com caixa reduzido, o BNDES aumentou os juros e baixou os níveis de financiamento: agora será de 90% para as pequenas e médias empresas (ante 100% praticado neste ano) e 80% para as grandes (contra 90% neste ano).

Demorou, mas o governo finalmente fez o que o mercado esperava: definir a taxa antes do começo do próximo ano (exatamente como fez no ano passado com relação a este ano). Mas subir dois pontos percentuais não agradou a todos e levanta dúvidas com relação ao comportamento do mercado, especialmente dos produtos de alto valor, como os pesados. “Com juros mais altos a tendência é que o mercado acima de 16 toneladas fique menor em 2014”, comenta Roberto Leoncini, diretor-geral da Scania do Brasil.

Já para Fedalto, da Volvo, este ano de 2014 pode ser muito parecido ou ligeiramente superior aos negócios realizados em 2013″. E, ao contrário de seu colega Leoncini, da Scania, que acredita que a taxa de 6% do Finame pode afetar o mercado acima de 16 toneladas com alguma retração, Fedalto crê que, até 6% de PSI o mercado absorve bem e não se retrai, “exatamente porque será um ano com forte pressão, em vários segmentos, na demanda por novos caminhões”.

Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz do Brasil, também acredita que uma taxa maior do PSI não vá abalar os negócios diante de um ano com forte demanda. “Entendemos que, com o PSI definido agora, o mercado total de veículos comerciais no Brasil possa crescer cerca de 5% em 2014 com relação a 2013”. De acordo com o presidente da Mercedes-Benz, “mais uma super safra, aumento do consumo das famílias e aquecimento na construção civil vão dar sustentabilidade ao incremento dos negócios com caminhões”.

Consultado, Alarico Assumpção Jr., presidente executivo da Fenabrave, a associação que congrega as entidades de concessionários de veículos, elogia a iniciativa do governo de antecipar a taxa do próximo ano, “especialmente pelo fato de manter uma taxa única para o ano todo, e não duas taxas, como fez ao anunciar o PSI no ano passado”.

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