Começam hoje as vendas do MAN TGX e, com o modelo, fabricante quer liderança do mercado em três anos

Por Mauro Cassane
Editor do Portal

A partir de hoje a briga no segmento dos caminhões extrapesados ganha mais um concorrente, literalmente, de peso. O TGX, da MAN, feito na fábrica de Resende, RJ, já pode ser encontrado em 65 das 150 concessionárias da marca distribuídas pelo Brasil. As demais revendas, ainda em processo de adequação para vender esta linha de caminhões Premium, segundo Ricardo Alouche, diretor de venda e marketing da fabricante, deverão ficar prontas até meados do ano que vem.

Por enquanto os transportadores interessados só terão um único modelo para comprar: o TGX 29.440 6×4. O preço sugerido pela MAN para este produto é de 420 mil reais. O caminhão já pode ser encontrado nas revendas mas, embora feito aqui, não alcança ainda índice de nacionalização de 70% que o credenciaria a participar do programa especial de financiamento Finame. O extrapesado tem, por ora, apenas 40% de componentes nacionais. “Até meados do ano que vem todos os modelos da MAN fabricados aqui estarão com índice de nacionalização superior a 70%”, afirma Alouche.

Contudo, pelos próximos três meses, a título de promoção de lançamento, o braço financeiro da fabricante, Banco Volkswagen, vai oferecer para as modalidades de financiamento leasing e CDC taxa de 0,62% ao mês (a mesma do Finame).

No primeiro semestre deste ano será este o caminhão MAN vendido nas revendas da marca. Já no segundo semestre chegam mais dois outros modelos: o TGX 28.440 6×2 e o TGX 33.440 6×4. De acordo com Alouche, agora que a linha exclusiva da fábrica de Resende está pronta, nos próximos anos outros modelos MAN serão aqui produzidos.

MAN TGX 33.440

Já para Roberto Cortes, presidente da MAN Latin America, a empresa entra neste segmento de extrapesados com o ambicioso objetivo de assumir a liderança em apenas três anos. “Este ano projetamos vender perto de mil unidades do novo modelo, mas pretendemos alcançar cinco mil unidades anualmente comercializadas em 2015”.

Alouche não faz segredo do que leva a fabricante a estar confiante no sucesso de vendas do novo produto, mesmo concorrendo com marcas com grande prestígio no mercado nacional como Scania, Volvo, Mercedes-Benz e Iveco.  “Promovemos mais de 200 alterações no modelo europeu original para adequá-lo às necessidades de nossos clientes latino-americanos. Os modelos europeus que importamos foram testados por centenas de clientes brasileiros e nossa engenharia fez todos os principais ajustes recomendados em campo”.

Os caminhões TGX importados (40 veículos) comeram poeira antes da engenharia brasileira fazer as mais de 200 alterações sugeridas pelos clientes. Em três anos, foram mais de seis milhões de quilômetros rodados dando, aproximadamente, 100 mil horas em operação. Os caminhões foram disponibilizados a frotistas brasileiros para operação real nas rotas mais severas de Norte a Sul do País.

Trem de força

Todos os novos modelos são equipados com o motor MAN D26 de 440 cv, freio motor que atua no cabeçote EVBec com força de 400 cv, torque de 2.200 Nm e um torque plano mais elástico entre 950 e 1.400 rpm (o que se traduz em maior economia de combustível). Como item de série os modelos TGX produzidos aqui receberão transmissão automatizada MAN TipMatic de 16 velocidades com a grife ZF.

“Além de proporcionar mais conforto e segurança ao motorista durante a condução, o uso da transmissão automatizada em uma frota de caminhões poderá proporcionar uma padronização no consumo de combustível dos veículos”, diz Alouche.  A caixa de mudança tipMatic foi desenvolvida pela ZF em parceria com a MAN. “as relações das marchas foram cuidadosamente projetadas para garantir um bom escalonamento e obter excelente performance do veículo com grande economia de combustível além de maior conforto ao motorista”.

Caso o cliente queira, como opcional, é possível comprar o caminhão com transmissão manual também da marca ZF, conhecida como Ecosplit de 16 velocidades (que equipa os modelos Constellation). “Nosso entendimento é que neste mercado de extrapesados a tendência será a utilização em larga escala do câmbio automatizado e não mais o manual”, acrescenta Alouche.

Ajustes para o Brasil

Inspiradas nos caminhões Constellation, as suspensões dianteira e traseira do modelo europeu foram inteiramente redesenhadas. O amortecedor ganhou diâmetro e carga maiores além de molas reforçadas com mais lâminas. O objetivo, óbvio, é enfrentar as calamitosas estradas fora de São Paulo. Os chassis também receberam reforço e foram redimensionados com longarinas e travessas maiores para suportar maior nível de carga e as buraqueiras. Até o tanque foi fixado com mais reforço para não trepidar em estradas em condições ruins.

Para evitar contaminação de poeira no interior da cabine a engenharia brasileira tratou de fazer melhorias no filtro do ar condicionado. Também foram realizados testes para avaliar o comportamento dos componentes plásticos e revestimentos por conta do clima no Brasil.

Com a intervenção da engenharia da MAN Latin America, e as dicas dos clientes, o TGX ficou, de fato, com jeitão brasileiro sem perder, contudo, o refinamento de um europeu que foi premiado em 2008 como o melhor caminhão do velho continente.

MAN TGX 29.440

E é dentro da cabine que o extrapesado da MAN faz jus a pertencer ao seleto grupo dos veículos Premium. Neste habitáculo, o motorista passa a ser tratado como um rei com todos os comandos ao alcance de suas mãos. Neste aspecto o caminhão não deve nada aos seus concorrentes diretos. Com vidros fechados, ar-condicionado ligado, rotação acima de 1.500 rpm, pé no acelerador e as marchas cambiando sozinhas, é muito fácil esquecer que você está a trabalho puxando dezenas de toneladas e se imaginar passeando em um genuíno carrão de luxo.

Foto: Divulgação/MAN

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