Apenas em 2017, cerca de 12 milhões de pneus passaram por algum tipo de reforma.
A troca de pneus de um veículo, seja ele de passeio ou comercial, é cara e, além disso, requer cuidados especiais com o descarte do produto. Uma alternativa a isso é a reforma dos pneus, uma técnica mais barata, mais ecológica e que garante o mesmo desempenho de um produto novo.
A reforma nada mais é do que a substituição de matérias-primas desgastadas para que os equipamentos possam ser reaproveitados, sem a necessidade de compra de acessórios novos, que custam, em média, três vezes mais. A reforma pode ser realizada de diferentes maneiras, a depender do estado de conservação. Na recapagem, é feita apenas a troca da banda de rodagem do pneu (parte mais externa, que fica em contato com o solo); na recauchutagem, troca-se a banda de rodagem e a parte lateral; e na remoldagem, a mais complexa, todos os elementos são substituídos, incluindo o aro preso na parte mais interna do acessório.
Somente no ano passado, cerca de 12 milhões de pneus passaram por algum tipo de reforma e foram reaproveitados no Brasil. Os dados são da Associação Brasileira do Segmento de Reforma de Pneus (ABR). Desse número, 7,2 milhões corresponderam aos pneus comerciais (caminhões e ônibus); 4,3 milhões, a veículos de passeio; e 480 mil, a outros tipos de veículos, como tratores.
De acordo com a ABR, a recapagem é o tipo de reforma mais comum. A técnica é 15% mais barata em relação à recauchutagem e 50% mais barata quando comparada com a remoldagem. Cerca de 80% dos pneus de caminhões e ônibus são recapados e 40% dos veículos de passeio já passaram por algum tipo de substituição.
Outra vantagem, segundo o presidente da associação, Roberto de Oliveira, é a economia de petróleo. Enquanto que, para produzir um pneu novo, são necessários 79 litros de petróleo, para a reforma, são necessários somente 29 litros. A associação estima que, nos últimos dez anos, cerca de 5,5 bilhões de litros de petróleo deixaram de ser utilizados, o que significa que 15,4 bilhões de m³ de CO2 deixaram de ser lançados no meio ambiente.
Segurança
Optou pela reforma do pneu? Então é importante ficar atento às regras estabelecidas pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia):
– Para automóveis, a quantidade máxima de reformas é de até três vezes.
– Para caminhões e ônibus, o limite é de seis vezes.
– É proibida a reforma de pneus de ciclomotores, motonetas, motocicletas e triciclos.
– É obrigatória a manutenção das marcações, como a identificação do fabricante, a dimensão, o tipo de construção, se passou por câmaras, o índice de carga e de velocidade permitidos, assim como o selo de identificação e a data de fabricação.
– O acessório ainda deve conter os dizeres “recauchutado”, “recapado” ou “remoldado”, ou simplesmente, “reformado”.
– Outra obrigação é que esse tipo de pneu seja registrado junto ao Inmetro.
Reciclagem
Depois de alcançado o limite de reformas, é importante ter em mente que os pneus não podem ser descartados de qualquer maneira. Um pneu pode poderá levar até 500 anos para se decompor na natureza.
A Reciclanip, entidade criada pelas empresas fabricantes de pneus para dar correta destinação aos acessórios, possui 1.026 pontos de coleta em municípios com mais de 100 mil habitantes de todo o país. Só no ano passado, 455 milhões de toneladas de pneus foram recicladas, um investimento estimado de R$ 196 milhões.
Uma das principais utilidades dos pneus reciclados é servir de combustível para os fornos das fábricas de cimentos, em substituição ao coque verde de petróleo, que emite mais enxofre ao meio ambiente. Os pneus em fim de vida útil também podem ser destinados à confecção de pisos de quadras poliesportivas e pavimentos de rodovias.
Qual é o momento certo para substituir um pneu?
É importante observar o indicador que fica na banda de rodagem, que costuma ser chamado de “desenho” do pneu. Quando ele estiver perto do desgaste do limite de segurança, que é de 1,6 mm de profundidade dos sulcos, o pneu já passa a ser considerado “careca”, e é hora de trocá-lo.
Com informações CNT.