Foton aposta no crescimento econômico do Brasil para concorrer com marcas tradicionais

por Fábio Rogério
da Redação do Portal

Copa do Mundo, Olímpiadas e uma demanda de mercado reprimida. Não são poucos os motivos para uma empresa chinesa desembarcar no Brasil com seus caminhões de até 9 toneladas. A Foton Aumark do Brasil acredita, sim, que há espaço no mercado nacional para mais fabricantes de veículos comerciais, e aposta em uma concorrência saudável com as marcas tradicionais.

Luiz Carlos Mendonça de Barros (foto acima), presidente da Foton Aumark do Brasil, concedeu a entrevista abaixo ao Portal Brasil Caminhoneiro e fala sobre perspectivas de mercado, dos produtos de sua empresa e porque os chineses querem o Brasil.

Quais são as perspectivas da Foton em relação ao mercado brasileiro de caminhões neste ano e em 2012?
Será um ano de muitos desafios em virtude do processo de transição que envolverá a introdução do novo padrão de motores para atender as normas do Proconve.  Isso vai exigir que as montadoras revejam seus preços, as transportadoras seus custos e que todos aprendam muita coisa sobre esta nova tecnologia. Estamos seguros que o mercado irá continuar crescendo, mas isso deverá iniciar em 2012. De qualquer forma, a tendência do mercado é de crescimento, principalmente quando consideramos os dois grandes eventos, Copa de 2014 e Olimpíadas de 2016.

Há espaço para mais uma fabricante estrangeira no mercado brasileiro de caminhões?
Sem dúvida nenhuma, há espaço para um ou mais fabricantes de caminhões no Brasil. O tempo médio hoje de espera para compra de um caminhão é de 60 dias, se tiver sorte.  Grandes empresas como Volkswagen (MAN Latin America) e Mercedes-Benz anunciaram recentemente investimentos bilionários no setor, e todas as previsões apontam um crescimento do País. Por isso, fica claro que a oferta ainda está defasada. Além do que novas marcas sempre ajustam a concorrência, propiciando produtos de melhor qualidade e uma redução de preço.

A empresa atua também em outros países sul-americanos? Qual a posição de mercado no país de origem da fabricante?
Sim, a Foton atua em diversos países, como Chile, Peru, Bolívia, México e Colômbia. Na Bolívia, por exemplo, a Foton está em primeiro, e nos demais países em segundo ou terceiro lugar. Mas temos que considerar o fato de que apenas em 2009 foi iniciado o plano de internacionalização da empresa. Até então, o que existiu foi uma iniciativa apenas dos compradores de cada país. A Foton priorizava o mercado chinês com seus 700 mil caminhões produzidos. Agora, existe um departamento exclusivo para a área internacional, e o objetivo é obter participações expressivas de mercado.

Quais são os modelos de caminhões que a Foton já comercializa no Brasil? Já atendem o Euro 5 e o Proconve 7? Quais são os nichos atingidos (cargas fracionadas, VUC, etc.)? Em 2012, haverá uma ampliação no mix de produtos, com o oferecimento de veículos para outros segmentos ainda não atingidos?
Ainda em 2011 iniciaremos com caminhões de 3,5 toneladas, 6 toneladas e 9 toneladas Euro 4 (P6), e em 2012 já teremos as unidades 6 e 9 toneladas em Euro 5 (P7). Nosso projeto é suprir um mercado que está crescendo bastante e ainda não está consolidado, além de ser o mercado que sofrerá menos com a falta de Arla e diesel S-50.

Analistas do setor de transporte previram uma grande movimentação neste segundo semestre para a compra de caminhões novos, por conta da legislação ambiental Proconve 7, que elevará os preços dos veículos comerciais em 2012. Apesar de ser uma recém-chegada, a Foton já sentiu esse comportamento do mercado?
Não sentimos e não acreditamos que acontecerá, pois o mercado mal consegue atender o ritmo normal, muito menos uma pré-compra. O que nós acreditamos é que em 2012 haverá uma redução grande de compra até que os preços se acomodem para os caminhões equipados com os motores P7.

Confira a segunda parte da entrevista

Foto: Divulgação

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