Após dois dias de protestos de caminhoneiros, com bloqueio de estradas e um movimento inicial de falta de produtos, a greve dos caminhoneiros chega ao terceiro dia com uma novidade na mesa.

A reivindicação dos caminhoneiros é por mudanças na política de reajuste dos combustíveis da Petrobras e redução da carga tributária para o diesel. O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, anunciou nesta terça-feira (22) que o governo irá zerar a cobrança da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre o diesel.

A proposta depende de uma condição: a aprovação do Congresso do projeto de reoneração da folha de pagamento. A reoneração retiraria um benefício que 56 setores da economia possuem desde 2011, que desde então são isentos do recolhimento de 20% de contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento.

“Uma vez aprovada a reoneração, sairemos com o decreto zerando a Cide”, afirmou Guardia. Para o Governo, zerar a Cide implica numa perda de R$ 2,5 bilhões na arrecadação. No entanto, caso aprovada, a reoneração geraria um ganho de R$ 3 bilhões. Para o caminhoneiro, a retirada da Cide implica numa redução de R$ 0,05 por litro. Quase 30% do valor do diesel na bomba é composto por tributos federais e estaduais.

A informação de que a Cide sobre o diesel pode ser zerada, porém, não muda a luta sobre a queda no custo do diesel para o transportador. “Tivemos a informação de que querem tirar a Cide, sem negociar com a gente. Ela é 10%, não vai ajudar, tem de tirar tudo”, disse à Folha de São Paulo José da Fonseca Lopes, presidente da Abcam.

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