Impasse interrompe chegada de novo fabricante chinês de caminhões ao País

A gigante estatal chinesa Dongfeng Motor estava com planos de instalar uma fábrica no Brasil neste ano. Porém, nos últimos meses, o grupo asiático decidiu adiar essa iniciativa, levando sua parceira brasileira no investimento, a Aurium Trading & Investimentos, a ingressar com uma ação em uma corte de arbitragem internacional. Em meio a essa discussão, foi citado o nome da Volvo como possível motivadora da desistência chinesa.

No início de 2013, a Volvo comprou 45% das operações da subsidiária do grupo Dongfeng que se instalaria no Brasil. Segundo fontes a par das negociações, ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo, a entrada da Volvo na chinesa teria causado a suspensão do projeto. De acordo com as fontes ouvidas pelo jornal, a Volvo teria exercido poder de sócia para paralisar o plano e defender sua participação no mercado local.

A Corte de Arbitragem Internacional de Londres (LCIA) está apurando a ação, onde os brasileiros acusam os chineses de descumprirem obrigações do acordo e cobram o pagamento de R$ 1,67 bilhão por danos e violação do contrato. A Dongfeng ergueria uma fábrica em Pouso Alegre (MG). O empreendimento previa mais de R$ 1 bilhão em investimentos e a contratação de 3.000 trabalhadores. Pelo acordo, a fábrica seria construída em 2014 e os primeiros caminhões da marca chinesa estariam rodando em estradas brasileiras em 2015.

A Dongfeng, que tem ações negociadas na Bolsa de Hong Kong, foi obrigada a divulgar um comunicado ao mercado sobre a arbitragem em Londres. No documento, o presidente do conselho, Xu Ping, afirma que tem procurado “aconselhamento jurídico sobre a disputa”, garante que vai “contestar vigorosamente” a acusação e tomará “todas as medidas necessárias para defender sua posição”.

O caso chegou ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), que confirmou que tem atuado no caso e que dirigentes do ministério “acompanham, indiretamente, o diálogo entre ambos os setores privados, brasileiro e chinês, procurando auxiliar o entendimento para viabilizar o intercâmbio de investimentos e negócios”.

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