Indústria de implementos registra queda de 10,98% no acumulado do ano

A indústria fabricante de implementos rodoviários registrou de janeiro a setembro de 2014 queda de 10,98% em suas vendas em comparação com o mesmo período de 2013. Em nove meses as empresas fabricaram e entregaram ao mercado 116.976 unidades, contra 131.402 produtos distribuídos de janeiro a setembro do ano passado.

O segmento de reboques e semirreboques (pesado) apresentou queda de 17,85% de janeiro a setembro de 2014. No período a indústria produziu 42.038 unidades contra 51.174 produtos no mesmo período do ano passado. No segmento de carroceria sobre chassis (leve) a queda registrada foi de 6,59%: de janeiro a setembro foram entregues 74.938 produtos, ante 80.228 unidades no mesmo período de 2013.

Diante dessa situação de desaquecimento, a previsão de retração de 10% para o ano de 2014, feita pela Anfir (Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários), poderá não se concretizar. “Estamos vivendo uma queda na atividade econômica muito elevada e isso tem reflexos diretos na venda de implementos rodoviários”, afirma Alcides Braga, presidente da Anfir. “A dinâmica da economia no período atual impede que se faça qualquer previsão mais precisa”, completa o presidente da Anfir.

Porém alguns sinais macroeconômicos indicam que poderá haver redução nas perdas. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) registrou em agosto alta de 0,7% na atividade da indústria, a segunda consecutiva no ano. No acumulado de 2014, o resultado ainda é negativo em 1,8%. A desejada retomada de atividade econômica no segundo semestre encontrará um ambiente favorável aos negócios do setor de implementos rodoviários porque o governo federal baixou duas medidas no campo do financiamento.

Uma delas foi a ampliação da parcela financiável de implementos rodoviários no programa PSI/Finame. O percentual anterior era de 80% para empresas com Receita Operacional Bruta (ROB) acima de R$ 90 milhões ao ano e 90% para companhias com ROB igual ou inferior a esse valor. A mudança ampliou a parcela passível de financiamento oficial para 100%, ainda com juros anuais de 6%. A outra foi a publicação em 2 de setembro da Circular nº 37 do BNDES que coloca à disposição do programa Procaminhoneiro o leasing para financiamento de implementos rodoviários, caminhões e demais produtos. O benefício é destinado a autônomos, micro e pequenos empresários e vai operar com taxa anual de 6%. “Essas duas medidas específicas de incentivo ao mercado, baixadas pelo governo, poderão minimizar as perdas da indústria porém sem reverter por completo o quadro de retração”, explica Mario Rinaldi, diretor Executivo da ANFIR.

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