Região Nordeste carece de pelo menos 675 projetos de transporte de integração nacional e urbanos.
Construir mais de 4.000 km de ferrovias e duplicar mais de 7.000 km de rodovias. Essas são algumas das intervenções necessárias para garantir que a região Nordeste disponha de um sistema de transporte e logística moderno e eficiente.
Segundo o Plano CNT (Confederação Nacional do Transporte) de Transporte e Logística, o Nordeste precisa de R$ 257,8 bilhões de investimentos distribuídos em 675 projetos de transporte de integração nacional e urbanos.
Dentre os projetos previstos pela CNT para o Nordeste, estão intervenções na BR-101 (AL, BA e SE), na Ferrovia de Integração Oeste-Leste (BA), no Aeroporto de Maceió (AL), no Porto de Itaqui (MA), no Porto de Suape (PE), no Sistema Hidroviário do Parnaíba (PI e MA), além da construção de terminal intermodal de cargas em Teresina (PI) e de corredores transversais em Salvador (BA).
Ao todo, o Plano CNT de Transporte e Logística aponta que o Brasil precisa investir R$ 1,7 trilhão em 2.663 projetos de infraestrutura. Estes, são necessários para solucionar os problemas atuais e modernizar o setor de transporte brasileiro.
Intervenções
Apelidada de Translitorânea, a BR-101 corta o Brasil de forma longitudinal, do Nordeste ao Sul. É a rodovia mais extensa do país, passando por 12 estados – seis no Nordeste. O Plano prevê R$ 14,5 bilhões em investimentos para a BR, somente na região, e destaca a duplicação dos trechos de 941,3 km entre Rio Real (BA) e Mucuri (BA); de 254,7 km entre Porto Real do Colégio (AL) e Novo Lino (AL); e de 77,4 km de Propriá (SE) a Laranjeiras (SE).
Outra intervenção de destaque é a construção de 1.131,4 km da Ferrovia de Integração Oeste-Leste, conhecida como Fiol. A linha férrea foi projetada para ligar Figueirópolis (TO) a Ilhéus (BA), mas é um dos casos mais emblemáticos de obras ferroviárias atrasadas no país. Algumas intervenções chegaram a ser iniciadas, mas não possuem previsão de conclusão. A CNT sugere a construção do trecho de 1.022 km entre Ilhéus (BA) e Barreiras (BA), com investimentos de quase R$ 5 bilhões, e do trecho de 109,4 km, de Barreiras (BA) a Luís Eduardo Magalhães (BA), orçado em pouco mais de R$ 1 bilhão.
“Algumas obras essenciais para o Nordeste sequer começaram a ser construídas. Outras se arrastam há anos. A Fiol, por exemplo, poderia alavancar a exportação de minérios e grãos. Outros sistemas de transporte, como o aéreo e o portuário, também não fazem parte das prioridades do poder público para a região. O transporte do Nordeste necessita de mais atenção para que faça jus a todo o seu potencial”, considera Bruno Batista, diretor-executivo da CNT.