MAN ignora início fraco do Euro 5 e crê em 2012 como ano recorde

por Leandro Tavares,
de São Paulo para o portal

Não é novidade que as mudanças assustam. Seja qual for o segmento ou o assunto, tudo o que é novo causa impacto e, até que existe uma adaptação geral, causa reações diversas. É assim que se encontra o mercado de veículos comerciais pesados no Brasil, que precisou promover uma renovação quase que imediata no setor para atender às exigências do Proconve P7. E a introdução de caminhões com tecnologia Euro 5 e dos sistema de controle de emissões veiculares tem de fato afastado o consumidor.

Este cenário, porém, esta perto de uma mudança. Pelo menos na visão do diretor de vendas e pós-vendas da MAN Latin America, Ricardo Alouche. “Eu não vejo início do Euro 5 como uma catástrofe. Eu vejo como algo natural que iria acontecer. Nos meses de janeiro e fevereiro, o mercado foi bom, mas 95% dos veículos vendidos foi de Euro 3. Em março nós notamos uma pequena aceleração”, revelou o executivo em entrevista exclusiva ao Brasil Caminhoneiro.

Para Alouche, o curto espaço de tempo nesta mudança é o principal vilão nas baixas vendas de caminhões Euro 5 até o momento. “Do Euro 2 para o Euro 3 foi feita uma entrada gradativa do Euro 3, ao longo de quase um ano. Do Euro 3 para o Euro 5, a entrada foi de um dia para o outro. O normal de uma montadora para lançar um modelo e depois lançar o outro é de no mínimo 3 meses. Tivemos que lançar 40 novos modelos em um só dia”, afirmou.

O mercado, no entanto, aponta para uma recuperação, fato que fundamenta a visão do executivo da MAN. “A venda das montadoras no mês de março já foi melhor. No nosso caso, já vendemos em março algo em torno de 800 unidades da produção de Euro 5. Isso indica que está acelerando”, explica Alouche. “Os estoques estavam elevados de Euro 3. Com o fim desse, os clientes devem buscar o Euro 5”, avalia.

Este cenário faz as projeções da MAN serem bastante otimistas. “Os fundamentos da economia continuam bastante sólidos. Estruturalmente não há razão para o mercado ser menor do que no ano passado. Quando acabarem os Euro 3, só tiver Euro 5, Arla 32 e diesel S-50 disponíveis em todo o Brasil, o mercado começa a recuperar fortemente esse gap que deve haver nesta transição do primeiro trimestre para o segundo trimestre”, opina o diretor, que define: “Na nossa expectativa, 2012 deve ser igual ao ano de 2011, que foi o melhor ano da história. No mínimo será o segundo melhor ano da história”.

Presidente da MAN Latin América, Antonio Roberto Cortes revela inclusive o esforço da empresa para conseguir incentivos que possam baixar o custo do veículo repassado ao consumidor. “Estamos conversando com o governo para termos um incentivo, assim o aumento de preço relacionado a essas melhorias será compensado com uma redução no custo do financiamento do Finame. Desta forma, o caminhoneiro, ao trocar o caminhão, não sente tanto assim e não hesite ao pensar em adquirir uma nova tecnologia”, afirmou.

Brasil tem uma característica peculiar as nossas estradas não tem a mesma qualidade de estradas na Europa ou nos Estados Unidos. Precisamos de veículos mais robustos, mais resistentes. Essa é uma característica dos caminhões Volkswagen

Foto: Leandro Tavares

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