Saque aconteceu no Lins, Zona Norte do Rio de Janeiro
O motorista de uma das carretas roubada na manhã desta sexta-feira (15), no Lins, Zona Norte do Rio de Janeiro, diz que foi abordado por volta das 4h40, na Linha Amarela. Segundo ele, quatro homens num carro apontaram armas e o mandaram parar. Um criminoso, aparentemente desarmado, entrou no lugar do carona e mandou que seguisse o carro. “Foi tenso. Fiquei nervoso. Aí ele perguntou: ‘está nervoso? Nunca foi assaltado não?'”, disse Elias, de 65 anos.
Na manhã desta sexta, imagens do Globocop da Rede Globo flagraram um roubo de cargas no Lins de Vasconcelos, na Zona Norte. Segundo o motorista, diversos criminosos foram responsáveis pelo roubo e pelo saque. “Tinha uns 30. Eu contei por alto assim uns 20, aí os outros estavam chegando“, contou o motorista. “Ele só falava pra mim [SIC] ficar tranquilo que ele só queria a carga e que estava tudo certo e pra acompanhar o carro”.
De acordo com Elias, quando chegou na comunidade se deparou com outros dois caminhões. “Encontrei mais dois caminhões. Um já estava acabando de descarregar e estavam começando a descarregar o outro caminhão”, afirmou. Quando o Globocop chegou no local, duas carretas estavam sendo descarregadas.
“Eu saí sozinho porque o helicóptero da Globo começou a filmar. Eu saí rápido antes da PM chegar. Eles mandaram eu sair rápido.”, lembra o motorista do caminhão de batata.
Elias, que já é aposentado, disse que apesar do susto, que fez sua pressão subir a 18/10, como mostrou o aparelho, vai continuar trabalhando para complementar sua renda. Morador do Rio, ele contou que há três meses teve o celular roubado na Avenda Brasil. “Estava passando pela cracolândia ali de Bonsucesso e um deles pulou na porta do caminhão e levou o celular que estava no painel”, contou o caminhoneiro.
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Ele contou ainda que quando foi parado neste roubo de hoje pensou: “hoje é meu último dia” e só lembrou da família. Ele contou ainda que o momento que sentiu mais medo foi quando p helicóptero da polícia começou a sobrevoar a favela.
“Aí, deram uns tiros para o alto e começou uma correria porque a polícia estava entrando também. O rapaz que ficou comigo na cabine o tempo todo começou a gritar para eu tirar o caminhão de lá e foi embora”, relembrou Elias, que contou que quando chegou à favela o outro caminhão já estava mais à frente sendo descarregado.
O motorista do outro caminhão, que transportava óleo, disse que esta foi a primeira vez que foi assaltado na rota de suas entregas. “É a primeira vez que sou assaltado no Rio. Estava acabando de chegar no cliente, em Inhaúma, quando parou um carro com uns 5 ou 6. Me renderam e me trouxeram pra cá.”, afirmou Alexandre, que vem do Paraná e faz entregas há mais de dez anos na capital fluminense.
Alexandre contou que além de parte da carga que já tinha sido descarregada quando a polícia entrou na comunidade, os criminosos ainda levaram sua carteira com dinheiro, celular e sua aliança de casado. “Quando os tiros começaram me joguei no chão do carro. Nem sei como consegui porque estava tudo bagunçado”, disse o motorista paranaense.
Ele disse que vai continuar trabalhando, mas vai avaliar pra ver se vale a pena continuar fazendo entregas no Rio. “Tenho amigos que não vem mais pro Rio nem morto. Mas eu gosto de vir para o Rio, ganho muito dinheiro aqui. Mas depois de hoje, não sei mais se vale a pena.”, disse Alexandre.
Por volta das 10h um outro caminhão da empresa de Elias chegou à favela para, escoltado pela polícia, recuperar a carga de batatas roubada. Alexandre entrou em contato com a sua empresa Maringá para pedir um outro caminhão pra recuperar sua carga. Mas não sabia ainda que providências a empresa ia tomar.
Prisões e carga recuperada
Ao longo da manhã, dois suspeitos foram presos após serem reconhecidos por testemunhas. A carga roubada, que ainda estava no local, também foi recuperada. Houve troca de tiros com criminosos, mas não há informações sobre feridos. Os dois suspeitos foram levados para a Cidade da Polícia por volta das 11h. A PM informou que parte da carga de bebidas foi recuperada no local onde ocorreu o saque.
Com informações do G1