Por Evelyn Haas
da Redação do Portal
Para Baldomero Taques Neto, coordenador da ComJovem Nacional (comissão da NTC que reune jovens empresários e executivos), “esse processo deve ser muito equilibrado, responsável e organizado. É saudável que o futuro sucessor não tenha afinidades com a empresa e que seu pai compreenda caso a opção do filho não seja a de fazer parte da companhia”.
Ana Carolina Ferreira Jarrouge, Gerente Administrativa Jurídica e RH da transportadora Ajofer, tem dois filhos, ainda crianças, mas diz que “pretende apoiar a escolha deles, e mostrar como é bom escolhermos o caminho do bem, seja ele qual for. E que se não quiserem trabalhar na empresa vai respeitar a decisão deles procurando garantir sua perenidade, seja com membros da família atuando de forma ativa na gestão, ou com os mesmos atuando em um conselho. O mais importante é dar seqüência no negócio, onde nossa responsabilidade é imensa”.
Na visão de Baldomero, atualmente os pais não influenciam seus filhos. “É mais por livre vontade e para continuar na oportunidade de desenvolver seu negócio. No passado eles queriam estar com o filho próximo. Mas, hoje, têm a liberdade de seguir carreira fora da empresa”, diz.
Mas é possível trabalhar com seu filho e não misturar questões pessoais com profissionais? Baldomero ressalta que o mercado não vê com bons olhos a sucessão familiar, por conta de inúmeras quebras de empresas.
Para Ana, outras empresas familiares também deveriam incentivar essa medida. “Casos bem sucedidos devem servir de exemplo. Neste ponto o apoio da Comjovem é fundamental, pois através dela os jovens empresários do transporte de cargas obtêm conhecimento e troca de experiências sobre o assunto”.
Andre Ferreira, Diretor da transportadora Rápido 900, ingressou na empresa aos 14 anos de idade. Depois de atuar em diferentes estágios, hoje, na sua terceira geração, afirma: “Os herdeiros precisam ter a consciência que devem se preparar para assumir o negócio e de uma forma global/macro; por outro lado, os fundadores ou aqueles que estão no comando agora precisam ter consciência de que esta sucessão precisa ser muito bem edificada e consolidada para que no futuro tudo aquilo que construíram não venha abaixo. Ou seja, também precisam se preparar e estar abertos a novas visões, tecnologias, processos e realidades de mercado”.
Para Ferreira, esse é um assunto que precisa ser tratado com extremo profissionalismo, dosando as emoções envolvidas no assunto.
Dicas para uma sucessão eficaz
Veja as dicas que Reinaldo Messias, consultor do SEBRAE, deu para o sucesso de uma empresa familiar:
– Haja com discernimento, respeito e maturidade nesta relação;
– O que é bom para você pode não ser bom para seu filho e nem para sua empresa;
– Procure gente especializada em trabalhar questão de sucessão, se aconselhe
– Geralmente o resultado é em médio a longo prazo;
– Em caso de haver uma negativa, entenda que a pessoa decidiu seu destino entre as habilidades para construir seu negócio.
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