Por Mauro Cassane
Editor do Portal Brasil Caminhoneiro
Compradores de vans e furgões já conhecem a nova cara da Sprinter. Como qualquer veículo que passa por atualização, naturalmente, ganhou linhas bem mais modernas, mais arredondadas e, tendência mundial, está externa e internamente cada vez mais parecida com um automóvel de luxo. Conhecer e gostar é uma coisa, comprar, já é outra completamente diferente. Até porque, este é um segmento de gosto muito duvidoso aja visto a supremacia absurda da paleozoica Kombi que, desde imemoráveis tempos, vende, em média, 25 mil unidades por ano. A Kombi não vende muito por ser tradicional, ou antiga, mas simplesmente por ser escandalosamente mais barata que as demais concorrentes.
No segmento, já brigando com mais tecnologia, está a Ducato, da Fiat, em segundo lugar, que emplaca quase dez mil unidades por ano. Até novembro deste ano 9.337 unidades foram comercializadas. A Sprinter, que tem no Brasil seu sexto maior mercado do mundo, está na desconfortável décima posição entra as marcas que vendem aqui vans e furgões. De janeiro a novembro deste ano a marca da estrela vendeu apenas 1.446 unidades de seu modelo de entrada e, na 12º, com 1.437 unidades emplacadas, outra Sprinter, um pouco mais sofisticada. Os dados são confiáveis, divulgados pela Fenabrave, e representam os licenciamentos realizados no período.
Com as novas versões já nas concessionárias, muitas delas específicas só para vender a linha Sprinter, o plano da Mercedes-Benz é ambicioso: “nossas ações visam a retomada da liderança do mercado”, diz Adriana Taqueti, gerente de vendas e marketing de Vans para o mercado brasileiro. Estudo realizado pela equipe de Adriana aponta que o Brasil é o mercado que mais cresce para o segmento de vans. “Nos últimos dez anos este mercado quadruplicou de tamanho”, aponta. Contudo, no período, a Mercedes-Benz encolheu sua participação. Chegou a ter 34% do segmento em 2006 e, agora, pena para sair dos 16%. Mas com estratégia boa e produto de alto nível a situação pode se reverter, só que a longo prazo. Leia-se estratégia boa, basicamente, preços mais competitivos (o modelo mais simples sai por volta de 90 mil reais e o mais sofisticado por 150 mil reais). “No curto prazo vamos buscar 20% do mercado”.
Com 52 versões, as duas novidades que chegam agora às revendas revendas são as versões passageiros 17+1 e 20+1, além de outra, exclusiva, para uso misto (8 passageiros + carga). A automatizada que tinha, agora não tem mais. Mas Adriana Taqueti garante que no ano que vem ela chegará ao mercado na versão mais luxuosa.
A motorização OM 651 BlueEfiiciency, Euro 5, agregou 13% mais potência e reduziu, segundo relatos de clientes coletados pela própria fábrica, entre 5% e 8% o consumo em comparação com as Sprinter Euro 3, mas por dentro e por fora o carro foi verdadeiramente renovado. Eixos Lanchester, por exemplo, permitem um rodado muito mais macio, reduzindo aquele desagradável efeito de vibração, muito típico, especialmente nos furgões. Ao dirigir vale destaque para a caixa de câmbio ZF, com alavanca integrada ao painel (já uma tendência no segmento) que facilita sobremaneira a tocada, permitindo retomadas rápidas e com trocas bem curtas. No painel, entre outras funções, há um dispositivo que faz um alerta contra barbeiragens: se você força uma marcha mais pesada, aumentando o giro do motor, ele imediatamente pede para que seja utilizada outra marcha, mais leve.
É dispensável falar de outros recursos. A Sprinter leva a grife Mercedes-Benz e, cada vez mais, se parece com um carrão da marca. Não precisa falar que o ar-condicionado é perfeito e que tecnologias sofisticadas de segurança e performance não foram economizadas. Há ainda, novidade na nova Sprinter, o sistema EPS Adaptativo. É impressionante como este dispositivo é capaz de evitar um tombamento iminente quando executadas manobras mais perigosas, como desviar abruptamente, a 70 km\h, de uma caixa que caiu bem na sua frente em uma rodovia. O sistema eletrônico faz uma leitura da situação e assume o controle de frenagens e aceleração de cada uma das rodas de modo que o carro balança, mas não tomba.
A nova Sprinter é exatamente a mesma que está rodando na Europa, mas as que os brasileiros vão comprar é feita na planta da Argentina, em Matanza (60 km de Buenos Aires) a primeira unidade da fábrica alemã fora de seu país (conheça mais sobre a fábrica). A Mercedes-Benz, que está disposta a encarar uma briga boa com Ducato, Master e Daily (todas elas também renovadas) conta com seis lojas exclusivas para vans e furgões e 32 centros especializados por todo o País. “Até o ano que vem vamos ter dez lojas especializadas em Sprinter”, diz Adriana. Estes carros não contam com Finame mas a aposta é que o banco Mercedes-Benz ofereça taxas semelhantes às oficiais.
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