Paraguai suspende entrada de treminhões, mas greve continua

Greve que paralisa parte do Paraguai desde a semana passada vai continuar

A greve de caminhoneiros que paralisa parte do Paraguai desde a semana passada vai continuar, apesar da garantia que o governo paraguaio fez de adiar a entrada dos treminhões brasileiros e paraguaios até o ano que vem.

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Para os caminhoneiros, o adiamento não basta. Eles querem que o governo se comprometa a impedir definitivamente que os novos veículos façam o transporte da safra de soja do Mato Grosso do Sul até o porto de Concepción.

Governo

Um dos argumentos do governo para não negociar com os caminhoneiros paraguaios era um acordo binacional que havia sido firmado para que os treminhões pudessem fazer o transporte da carga.

O Sindicato de Empresas Logistícas e de Cargas do Mato Grosso do Sul, então emitiu uma nota concordando que no primeiro ano, a safra seja levada em caminhões tradicionais, o que permite que os motoristas paraguaios também sejam beneficiados sem que precisem comprar novos veículos.

Até então, a circulação de treminhões era proibida no Paraguai, que por isso não possui uma grande frota. O governo disse que abriria um crédito especial para que os caminhoneiros pudessem adquirir seus treminhões, mas os sindicatos de motoristas afirmam que o grupo Cartes, cujo dono é o presidente do Paraguai, Horácio Cartes, já possui 2.000 treminhões prontos para circular.

Consequências da paralisação

As consequências da paralisação já começam a surgir. Na região do Alto Paraná, na divisa com o Brasil, os postos de combustíveis já não estão mais abastecendo os automóveis.

O combustível ainda não está em falta por completo, mas os postos estão fazendo um estoque de reserva para não deixar ambulâncias e outros serviços de urgência parados. Serviços como o transporte público e particular na região já foram afetados.

A Cervepar, responsável pela produção de cerveja no país, já anunciou que o Paraguai corre o risco de ficar sem cerveja. O diretor de assuntos coorporativos da empresa, Fernando Torres, em uma entrevista à rádio ABC Cardinal, afirmou que os caminhoneiros que prestam serviços para a cervejaria estão sendo ameaçados se furarem a greve.

O setor de laticínios também reclama que milhares de litros de leite estão estragando nos depósitos. Uma das associações de produtores fala em prejuízos de 2 milhões de guaranis (cerca de R$ 1.200,00).

Com informações do R7

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