Resultado: 41 alimentos selecionados e 294 resíduos de pesticidas

Por Evelyn Haas
sa Redação do Portal

De acordo com a última avaliação do PROTESTE Associação de Consumidores divulgada neste mês, o teor de agrotóxicos em hortaliças revelou números altos. Por uma questão de praticidade, a entidade escolheu o Estado de São Paulo para analisar 41 alimentos, sendo que desses, 40% continham algum tipo de resíduo ou pesticida.

Foram compradas nove amostras de pimentão, duas de pimentão orgânico, oito de uva, oito de couve, duas de couve orgânica, nove de alface e duas de alface orgânica em diversos supermercados da cidade de São Paulo a fim de constatar que resíduos de pesticidas estavam presentes nos alimentos. O número surpreende: 294 diferentes tipos da substância.

A escolha dos produtos foi baseada no programa da Anvisa Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos – que contém um lista com os alimentos com presença de resíduos. De acordo com a pesquisadora do PROTEST, Manoela Dias, o ideal seria realizar a pesquisa no Brasil inteiro, mas não é possível.

O resultado apontou para 40% de amostras contaminadas com algum tipo de agrotóxico. Das 34 não orgânicas, 15 continham resíduos e das seis orgânicas apenas uma continha vestígios da substância.

Das oito amostras das uvas, cinco delas apresentaram o produto químico; sendo que duas apresentaram mais de um resíduo de pesticida

Os pimentões orgânicos não tiveram problemas, mas das nove provas comuns foram encontrados pesticidas em cinco. Quatro delas apresentavam resíduo de Ditiocarbamatos. O limite para pimentão é de 3,0 mg/kg e foram encontrados valores entre 63,4 e 422 mg/kg . Um produto apresentou resíduo de Procimidona que não é autorizado para uso em pimentão.

Das dez amostras de couve, quatro continham traços de agroquímicos. A marca Tae tinha Ditiocarbamatos acima do limite permitido (86,8 mg/kg). Entre as três comuns, duas delas apresentaram pesticida autorizado acima do limite e a terceira possuía três resíduos diferentes e nenhum deles autorizado para a cultura: Cipermetrina, Espinosade A e Esponisade D.

A boa notícia é que a PROTESTE não detectou vestígios de nenhuma substância cancerígena proibidas pela legislação brasileira, como por exemplo, o DDT e BHC.

“O objetivo da pesquisa é mostrar para o agricultor a falta de conhecimento. Ele não pode usar o mesmo agrotóxico para todos os alimentos”, esclarece a pesquisadora.

Como não há como identificar a olho nu uma hortaliça contaminada, o mais indicado é descascar e lavar bem os alimentos para eliminar resíduos superficiais.

Foto: Ilustração

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