O Parque Tecnológico Itaipu (PTI), em Foz do Iguaçu (PR), foi o cenário escolhido pela Scania e a Itaipu Binacional para a primeira apresentação pública do ônibus Scania movido a biometano, e a assinatura de um termo de cooperação técnica entre as empresas para desenvolver e estimular no Brasil o uso do biometano como combustível veicular.
Fabricado na Suécia, o ônibus Scania já atende às normas do Euro 6 e é considerado um dos mais modernos veículos de transporte público do mundo com motor preparado para operar movido tanto com gás natural veicular (GNV) como com o biometano — emitindo até 70% menos poluentes do que um ônibus movido a diesel.
O veículo estará em circulação até o dia 24 de novembro, transportando funcionários da Itaipu e estudantes. Além da empresa e da montadora, participam do projeto o Centro Internacional de Energias Renováveis-Biogás (CIBiogás-ER), Fundação PTI e a Granja Haacke.
Esta última é a responsável pela produção do biometano, a partir de excrementos de 84 mil galinhas poedeiras, capazes de produzir até 700 metros cúbicos do gás por dia. Na granja, o biometano é filtrado e envasado, antes de ser transportado para Foz do Iguaçu.
O ônibus Scania tem um sensor que consegue identificar o teor de oxigênio nos gases de escape, informando ao módulo eletrônico quanto a sua presença em relação ao ar de amostragem e consequentemente possibilitando o controle da quantidade de combustível a enviar para o motor, ou seja, uma melhor mistura de ar/combustível, conseguindo um melhor rendimento, redução de consumo e diminui a poluição.
“Para Itaipu, o ônibus Scania transformou-se em um laboratório ambulante que atesta a qualidade do gás metano que estamos produzindo”, destaca o superintendente de Energias Renováveis de Itaipu, Cícero Bley Júnior, que também preside a Associação Brasileira de Biogás. Segundo ele, o objetivo da parceria é demonstrar a viabilidade da aplicação do biometano na mobilidade urbana, para que ele possa ser integrado à matriz de combustíveis do País. Atualmente, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) está com uma consulta pública aberta para regulamentar o uso do combustível.
O ônibus em teste na Itaipu tem 15 metros de comprimento, com dois eixos direcionais e capacidade para até 120 passageiros. Antes de chegar ao Brasil para essa demonstração, o ônibus Scania passou pelo México e pela Colômbia, sempre abastecido com GNV. Em Bogotá, foi testado em condições extremas: altitude elevada, baixa pressão atmosférica, tráfego pesado e ladeiras.
Responsável por conduzir o ônibus no giro pela América, Miguel Morales Gomes, master driver da Scania, disse que não notou diferença de desempenho do veículo abastecido com biometano ou com o GNV convencional, derivado do petróleo. “A diferença é zero tanto em topografias de subidas quanto de descidas. Foram feitos testes em diversas condições, justamente para provar que o desempenho deste ônibus Scania movido a biometano é ótimo”, elogiou.