Por Fernando Rosa
Do Brasil Caminhoneiro, em SP
Nesta sexta-feira, 18 de setembro, tem início a Semana Nacional de Trânsito, com o intuito de conscientizar a população e diminuir a violência do trânsito brasileiro.
A semana nacional foi criada dentro do novo Código de Trânsito Brasileiro, promulgado em 1997. A ideia do Denatran é fazer com que todos os órgãos que cuidam do nosso trânsito (Prefeituras, Detrans, Ciretrans, Polícia Rodoviária, Polícia Militar) tirem uma semana para falar mais do nosso trânsito, para chamar a atenção da sociedade.
Campanha
Com o slogan “Seja VOCÊ a mudança no trânsito”, a campanha pretende diminuir as perdas em vias urbanas e estradas do país inteiro. “O Brasil enfrenta uma realidade muito dura no trânsito. De norte a sul do pais a gente perde vidas diariamente. A última estatística do Ministério da Saúde com relação a mortes no trânsito, aponta que a cada 12 minutos morre uma pessoa no nosso país. São mais de 42 mil vidas perdidas em 2013″, afirma Daniela Gurgel, gestora de Comunicação da ONG Observatório Nacional de Segurança Viária.
Apenas no ano passado, na grande São Paulo, 450 motociclistas morreram, é mais de uma morte por dia em apenas uma cidade do país. “O trânsito hoje é um problema, mas nós somos a solução. É um chamamento, para que todo mundo reveja o seu comportamento diário no trânsito brasileiro”, explica.
Cada ação conta
De acordo com a gestora, cada órgão faz a sua ação, então, a comunidade de um bairro, a igreja, a prefeitura, os órgãos de trânsito, cada um pode trabalhar a Semana Nacional de Trânsito da forma como achar melhor, mas sempre sobre o mesmo mote. O Observatório Nacional de Segurança Viária está trabalhando com nas redes sociais com a campanha “Sou a mudança no trânsito”. “É assumir o compromisso de estar com cinto de segurança, atravessar na faixa de pedestre, respeitar os limites de velocidade. Então, cada atitude positiva colabora para um trânsito melhor. E todos podem participar, não só apenas nesta semana, mas durante o ano inteiro, falando, refletindo e agindo para um trânsito melhor”, expõe Daniela.
Um dos que mais matam
Hoje, segundo dados de 2013, o Brasil ocupa a quarta posição dos países que mais matam no trânsito. No entanto, nos últimos anos foi notada uma leve queda nesses números, mas um novo detalhe preocupa, o número de pessoas que ficam com sequelas em razão de acidentes de trânsito.
“Esse número está crescendo bastante e essas pessoas estão deixando de ser pedestres, motoristas, ciclistas, para adotar a cadeira de rodas como meio de transporte. Esse é um grande alerta que nós fazemos, será que vale a pena se arriscar, andar fora do limite de velocidade, falar ao celular enquanto dirige? O último dado que nós temos é que 60% dos leitos hospitalares em todo o país está ocupado por acidentados de trânsito, principalmente motociclistas”, alerta a gestora.
Problema sério
“O trânsito hoje é um grande problema. Nós estamos perdendo jovens, principalmente homens entre 18 e 34 anos, que estão começando a produzir para o país. Daqui algum tempo, esses jovens vão fazer muita falta. Quer dizer, isso tudo é muito importante até economicamente. O trânsito afeta a economia do país, a saúde, o convívio familiar. Como vive hoje uma mãe, os filhos, sem o pai que morreu em um acidente, a pessoa que efetivamente mantinha aquela família. Até essa família se restabelecer efetivamente nós temos um problema sério de economia”, finaliza.
Exemplos de fora
Nas últimas décadas, países como Espanha e Austrália mudaram suas realidades com ações como a Semana Nacional de Trânsito. No Brasil, depende de cada cidadão ter a consciência de que é parte do problema, mas que também é parte da solução.
