Um motorhome adaptado em um cavalo mecânico

(00:03) Se encarar as estradas com a família já é uma experiência e tanto. Imagina a bordo de um motor home como esse. Show de bola. Não. Mas antes de conhecermos o possante e tudo aquilo que ele oferece, que tal conhecermos os idealizadores desse projeto de vida, hein? Um trabalho árduo de anos. E é assim, viu gente, ó, um ao lado do outro que conseguiram realizar o grande sonho de montar esse baita motorhome em que nós estamos tendo a oportunidade de conferir em detalhes.

(00:44) Muitos anos duro trabalhando para conseguir chegar nesse nível aí. Era um sonho e agora realizamos ele. Ah, o teu trabalho junto ao mundo do transporte veio da herança de alguém da família ou foi você que começou se aventurar pelas estradas do Brasil aí, Marcão? Não, começou com meu pai. Meu pai começou cedo, quando era jovem, bem jovem.

(01:05) E quando eu completei 18 anos, meu pai já tinha caminhão. E eu comecei a dirigir o caminhão com ele, né? Dele no caso, né? E daí em 2000 que eu comecei, eu e a Ana, a Ana, né? acabou conhecendo o Marcão justamente pelo mundo do transporte também. Ana, foi assim que aconteceu? Ele era caminhoneiro. Eu é o meu foi meu primeiro namorado.

(01:24) Desde os 15 anos a gente tá junto. Ano que vem 30 anos junto e quatro filhos. Marcos escolheu o modelo do caminhão, um 6×2 com motor V8, 16 L, 770 cavalos de potência. Nada enjoada, hein? É um dos mais potentes do Brasil. Já a Ana escolheu a cor e a decoração interna e ela caprichou em cada detalhe. Tudo para atender as necessidades dela, dos filhos e, claro, do maridão.

(02:02) Foram dois anos de espera até o motor home ficar pronto. Mas valeu a pena esse tempo todo, viu, gente? O caminhão teve o seu entre eixos bem, mas bem alongado. Passou de 3,300 para 7350. De para-choque a para-choque são 13,5 m. A cabine foi integrada ao restante do conjunto. O acesso é por uma porta lateral.

(02:36) A escada é acionada através de um sistema elétrico. Dois módulos, como se fosse uma gaveta, podem ser abertos quando o motor home estiver estacionado. É ele que garante um ambiente interno de 45 m². Tudo eu opinei, tudo eu escolhi, tudo começando pela cor do caminhão, né? É o cinza nardo. Eu acho linda essa cor, uma cor assim que não enjoa, uma cor chique, né? E o interior eu escolhi tudo, tudo do teto, o chão, tudo é tudo, tudo.

(03:09) Parede, piso, cores, estofamento, tudo, roupa de cama, tudo eu escolhi. Que bacana. Que bacana. Tem alguma viagem que vocês já estão planejando? Porque vocês já fizeram já, né, com o Marcão falou assim: “Ah, já fizemos umas viagenzinhas aí para dar uma maciada no motor para ver se tá tudo funcionando, né? Por onde que você já rodou com esse caminhão que você já levou a família toda aí, Marcão? Fomos duas vezes a Santa Catarina, uma São Joaquim e uma para Urubicios para São Paulo.

(03:36) Pegaram uma nevezinha, frio por lá também ou não? Pegamos neve em São Joaquim. Eita! Pegamos neve. Descemos a serra do Rio do Rastro. É, descemos a serra do Rio do Rastro também com esse bichão aí. É, foi sufocado, mas desceu. Migalzinho já fez aqui um cercadinho aqui para ele com puff, com almofada, tudo para poder se esconder do frio.

(03:58) E gente, aqui virou uma verdadeira sala de estar de verdade, inclusive com direito à lareira pra gente dar uma esquentada. E vocês repararam, gente, no detalhe, armários todos embutidos, feito com material de primeira, tudo com trava para garantir uma viagem tranquila aí pelas estradas do Brasil junto com a família.

(04:18) Saindo aqui da sala de estar, a gente já entra aqui pelo corredor que dá acesso aqui ao quarto do casal. Aqui, ó, a gente já tem aqui, ó, o primeiro banheiro, né, que tem a ducha toda montada, tudo instalada direitinho. Ah, mig, que que tem aqui? Ah, já vem com o dono aqui. Ah, aqui tem mais outro banheiro. Bacana.

(04:37) E aqui, que que tem aqui? Vamos ver. Aqui é o quarto aqui da criançada, né? Então, a gente já tem um quarto aqui do lado, né? cada um deles ali, até mesmo com uma TV para toda hora que vai deitar poder assistir aí o noticiário, assistir a programação nossa diária. E aqui do outro lado também são duas belas, né, pro pessoal poder descansar direitinho.

(04:56) E o detalhe, gente, que na parte de cima, né, de cada uma aqui das camas, a gente tem um simulado como se fosse um céu estrelado. É o capricho em cada um dos detalhes aqui que eu vou contar um negócio para você. E o colchãozão aqui é bem bem confortável, viu, gente? Aqui já estamos aqui no quarto do casal, uma baita de uma TV, cama toda montada por aqui também.

(05:22) E a cama é aquele modelo basculante. Então o pessoal hora que acorda já pega colchão, edredão, já coloca tudo aqui por baixo também, aquele cobertosão, travesseiro, deixa tudo bem arrumadinho. E aqui da mesma forma também, né, todos os armários aqui colocados. E é isso daí, viu, gente? Viajar em alto estilo.

(05:43) Um trabalho aí de uma família, né, que trabalhou aí por longos e longos anos e conseguiu aí finalmente realizar o sonho. Primeiro da casa própria e depois do próprio motorhome também. Um toldo retrátil protege tudo da chuva e de sol. E que área coberta, hein? Para evitar imprevistos, há um gerador a diesel de 8.000 kW com silenciador.

(06:10) Ele fornece energia para todo o caminhão. Também foi instalado um reservatório de água de 1000 L. Para um sonho desse que se tornar a realidade, é preciso do trabalho de engenharia. Afinal, você transformar um cavalo mecânico, numa casa sobre rodas, eu acho que esse deve ser um dos maiores desafios que você já encontrou na profissão até agora, né, Marcelão? Quando a gente fala de um cavalo, um veículo que saiu originalmente trator, né, com uma quinta roda, inclusive, para ele virar um veículo rígido, você precisa de uma série de mudanças no

(06:44) chassi principalmente, né? Então esse trabalho de parceria ele é muito importante. Nós fomos consultados, nós temos um um manual do bodybuilder aqui que fala muito sobre encarroçador, né? Então, toda toda essa parte foi trabalhado em conjunto com o encarroçador para que a gente conseguisse chegar num veículo, né, nesse estado de arte final.

(07:07) Para um caminhão desse, né? Quando ele chegou para você botar um implemento desse daí, é claro que você precisa aí fazer uma desmontagem de boa parte, porque a cabine a gente viu ali que foi tirada aquela parte traseira, né? E toda a parte, por exemplo, de diferencial, de cardã, a parte de de chicote elétrico, isso daí também.

(07:26) A turma que fez esse serviço precisou muito do teu apoio e do trabalho da engenharia em cima também para não ter nenhum problema na tua casada, né? Com certeza, né? É uma parceria entre fabricante e o encarroçador. Então, mantendo todos os requisitos técnicos, desde a parte de chicotes, alongamento do chassi, né? Materiais que foram utilizados, os mesmos materiais que nós utilizamos no nosso chassi, foram utilizados nesse alongamento de fato para manter, né, o veículo com aspectos originais, tanto com relação à parte estrutural e quanto o trem de força, né?

(08:01) É feito algumas adaptações, como você comentou, né, do Cardã, mas o trem de força como um todo, motor, caixa, eixo e diferenciais, eles têm eles se manteram originais. Já era noite quando pegamos uma beira com a família, só para sentir aquele gostinho de rodar num veículo qualificado como esse. Olha que conforto, gente.

(08:28) Parece aqueles ônibus de longas distâncias. Poltronando toda confortável. Mas você não tá muito confortável que eu tô percebendo, viu? Tá doidinha, gente. Tá doidinha para poder assumir o controle da nave aqui do lugar do Marcão, né, mano? Sim. Logo logo ele já vai passar a direção para mim aqui. É, tá muita briga. Não, agora sou eu.

(08:47) Não, agora sou eu. Como é que é? Não, ele gosta mais. É, ele tem ciúme, eu acho que o mais importante de tudo, né, vocês ter oportunidade, né, de com o trabalho, né, com o empenho de vocês, realizar um sonho de toda a família, poder conhecer esse Brasilzão, né, numa nave dessa daqui.

(09:06) É só encontrar um ponto de apoio legal para poder encostar, né, Ana? Sim. E se não encontra um ponto, a gente fica nos postos de combustível, que é também nossa casa, né? Tanto tempo a gente já viajou e trabalhou e sempre pernotava nos postos de combustíveis, né? Conhece bem como é que é a realidade do caminhoneiro, né, Ana? Sim.

(09:25) O dia a dia, né? Os perigos na estrada, a espera nos clientes. A gente conhece bem essa esse cotidiano. Caminãozão qualificado da com direito a uma cuia de mate. Eu vou mateando com o meu amigo Marcão aqui para saber mais a respeito do desempenho do cargueiro. Marcão, tô percebendo que o caminhão, cara, ele é muito suave e muito tranquilo, né? Isso graças aqui ao sistema de suspensão.

(09:51) Teve alguma mudança especial? Que que tá diferenciando aí de um caminhão de fábrica? Suspensão, só mudei a dianteira, coloquei uma suspensão ar para erguer ele, para atar nos lugares que são muito baixos, né, para não pegar a dianteira. A traseira ficou igual também. A ar ela é ar de fábrica original. É, turma, sonhos precisam de persistência e coragem para serem realizados. Essa família realizou dela.

- Publicidade -