ZF investe em alta tecnologia para mobilidade urbana

Por Leandro Tavares,
de Barueri para o Brasil Caminhoneiro

A apresentação da transmissão automática ZF Ecolife nesta terça-feira não apenas abriu as portas para uma inovação no mercado, mas também para uma série de tendências tecnológicas que dentro de alguns anos podem ser a realidade do transporte coletivo brasileiro. Durante o evento, realizado em Barueri, na Grande São Paulo, a companhia focou nos benefícios do produto nos quesitos redução de consumo de combustível e conforto para motorista e passageiros.

O destaque do encontro, porém, foi o contato com o executivo Alexandre Marreco, Gerente de Desenvolvimento de Negócios de Veículos Comerciais. Em conversa exclusiva com a reportagem do Brasil Caminhoneiro, Marreco mostrou uma visão ampla de como o transporte nas grandes capitais brasileiras deve evoluir nos próximos anos, tendo como ponto de partida a Copa do Mundo Fifa de 2014 e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.

“A Copa do Mundo e a Olimpíada serão uma grande janela. Você tem uma quantidade alta de investimento sendo feitos no país”, afirmou o executivo. “O Governo estima que apenas para mobilidade urbana seja feita uma injeção de cerca de 32 bilhões de reais”, avaliou.

Alexandre Marreco, Gerente de Desenvolvimento de Negócios de Veículos Comerciais

Entretanto, Alexandre Marreco não vê os investimentos, pontuais, como a solução de todos os problemas. “Não podemos deixar que os investimentos no sistema de transporte mudem somente por conta da Copa. Se fosse por isso, trabalharíamos para apenas dois anos. A continuidade vem através de um PAC, da lei de mobilidade”, explica o gerente.

O que deve mudar no futuro não é o número de veículos produzidos, mas sim a renovação da frota, com ônibus mais modernos rodando. “O número de ônibus não será tão maior quanto hoje. Atualmente, estamos com uma produção anual de 45, 50 mil ônibus. O que tem mudado é o mix de produtos. O que antes era 100% de ônibus manuais, piso alto e com motor dianteiro está mudando. A introdução de ônibus articulado, biarticulado e com motor traseiro é um exemplo destas mudanças que visam melhorias na mobilidade urbana”.

Assim como em outros países desenvolvidos o mix deve mudar bastante nos próximos anos, ficando mais próximo da realidade atual de, por exemplo, Europa e Estados Unidos. “A frota hoje está em uma base de 85% de ônibus manuais e 15% de automáticos. Acreditamos que em um período de 10, 12 anos, esta proporção vá mudar para um índice 60% manuais e 40% automáticos. A tendência é a transmissão manual ser alterada para automática ou automatizada”, analisa.

“Já conseguimos atingir um patamar interessante. Agora a tendência é crescer mais a partir deste ponto. Pós Copa é dar continuidade. Ou a gente resolve o problema da mobilidade com soluções inteligentes ou então em pouco tempo não poderemos mais nos locomover”, concluiu Alexandre Marreco.

Foto: Divulgação/ ZF

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