Conflito de gerações ou de interesses? Por que os jovens não se interessam pela profissão de caminhoneiro?

Olá, amigos e amigas da estrada!

O transporte rodoviário é o coração que move a economia brasileira. Mais de 65% das cargas do país circulam sobre rodas (CNT, 2024), e, por trás desse movimento, está a figura do caminhoneiro. Mas, cada vez mais, essa profissão enfrenta um desafio: a falta de interesse das novas gerações, em especial da Geração Z.

E aqui fica a pergunta: estamos diante de um conflito de gerações ou de um choque de interesses?

O que buscam os jovens da Geração Z?

Os jovens de hoje valorizam, acima de tudo, qualidade de vida, flexibilidade e bem-estar. Pesquisas mostram que essa geração prioriza profissões que oferecem equilíbrio entre vida pessoal e profissional, possibilidade de trabalho remoto, propósito e oportunidades de crescimento (Deloitte Global Gen Z & Millennial Survey, 2024).

Em comparação, a rotina do caminhoneiro é marcada por longas jornadas, solidão na estrada e pressão por prazos de entrega. Esse contraste faz com que muitos jovens busquem alternativas em áreas ligadas à tecnologia, ao empreendedorismo digital e até ao agronegócio moderno — mas não ao volante de um caminhão.

Desafios da profissão

Outro ponto que afasta os jovens são os dados de segurança e as condições de trabalho. Segundo a Confederação Nacional de Transportes (CNT), em 2023, mais de 64 mil acidentes foram registrados em rodovias federais, resultando em quase 6 mil mortes. Caminhões estiveram envolvidos em 15% desses casos, reforçando o risco da profissão.

Além disso, a jornada é pesada: caminhoneiros chegam a passar dias ou semanas fora de casa. O salário médio, segundo o CAGED/2024, varia entre R$ 2.500 e R$ 3.500, podendo melhorar com horas extras ou transporte de cargas específicas. Porém, a relação entre esforço, risco e recompensa muitas vezes não convence os mais jovens.

Será mesmo falta de interesse?

Talvez não seja apenas desinteresse, mas sim uma mudança de prioridades. Enquanto outras gerações viam na boleia do caminhão uma oportunidade de estabilidade e respeito, a juventude de hoje enxerga um estilo de vida distante do que deseja para o futuro.

Mas será que dá para transformar esse “limão em limonada”? O Brasil precisa de caminhoneiros, e talvez o caminho esteja em modernizar a profissão, com mais tecnologia embarcada, melhores condições de descanso, valorização financeira e segurança nas estradas. Afinal, transporte e logística são a sustentação do país — sem eles, nada chega ao destino.

E, na sua opinião: o que pode fazer os jovens olharem para a boleia com mais interesse?

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