Por Evelyn Haas
da Redaçaõ do Portal
Fonte de ômega 3, ácido graxo, licopeno, aliina e alicina, polifenóis, flavonóides, quercetina, resveratrol e antocianinas, antocianina. Não se assuste. Todos esses nomes que parecem complexos e assustadores fazem parte do seu dia a dia – e se ainda não, deveriam fazer.
Eles são aliados no combate ao alto teor colesterol no sangue, uma doença metabólica que, se não trata a tempo, pode comprometer o funcionamento do coração e cérebro.
De acordo com Alessandra Xavier dos Santos, Nutricionista da Divisão de Nutrição e Dietética do Instituto Central do Hospital das Clínicas da FMUSP Especialista em Nutrição Hospitalar: “O colesterol é um tipo de gordura existente em alimentos de origem animal e também é produzido no corpo, pelo fígado. Existem vários tipos de colesterol, o HDL e o LDL. O HDL é conhecido como “colesterol bom” porque transporta o colesterol para o fígado e dessa forma diminui a quantidade no sangue. O LDL faz o contrário: leva o colesterol para o sangue e por isso é conhecido como “colesterol ruim”.
Uma pesquisa realizada pelo Hospital do Coração divulgou dados preocupantes. De acordo com um levantamento feito com 1.252 pacientes, entre 30 a 55 anos de idade, 43% dos homens e 30,4% das mulheres apresentaram colesterol alto.
Atualmente a estimativa é de que 12% da população brasileira adulta tenha LDL acima de 160 mg/dl – número máximo permitido para não comprometer a saúde.
E todos estão sujeitos a desenvolver um alto nível de colesterol presente no sangue. Para Alessandra, “Todos nós temos colesterol porque o nosso corpo necessita dele para o seu funcionamento, porém o excesso de LDL pode ser prejudicial à saúde porque se acumula nas paredes dos vasos sanguíneos, o que pode causar infarto ou derrame cerebral.”
Quem imagina que somente obesos ou idosos estão propensos a desenvolver a doença está enganado.
A doença atinge tanto mulheres como homens, até mesmo crianças. Existem fatores que influenciam no nível do colesterol, mas que não dependem de bons hábitos, como a hereditariedade, por exemplo.
A nutricionista explica que “O colesterol no sangue pode ficar elevado devido à má alimentação ou também por produção excessiva no fígado e fatores genéticos.”
Para ela, a doença pode ser diagnosticada em pessoas “devido a mudanças no estilo de vida (má alimentação e sedentarismo). Considera-se que em qualquer idade há risco de taxas elevadas de colesterol (inclusive em crianças), principalmente quando a pessoa já tem outros problemas de saúde como obesidade, pressão alta ou diabetes”.
Renato de Macedo Pereira, Coordenador Médico da CCR NovaDutra, ressalta: “Grande parte dos caminhoneiros realiza uma dieta desregrada, com a ingestão de alimentos com alto índice de gordura.”
Para a especialista, esse fator piora o risco de altas taxas de colesterol no sangue. E destaca que é possível incluir hábitos melhores e mais saudáveis, da rotina de trabalho.
Tratamento e prevenção
Como dica “É importante evitar ficar muito tempo sem se alimentar, fazendo pequenas refeições de 3 em 3 horas. Quando for fazer uma refeição, escolher locais com boas condições de higiene e opções mais saudáveis, com menos colesterol e gorduras. Verificar primeiro quais são os alimentos disponíveis antes de fazer o pedido. É possível levar alimentos na viagem, como frutas, iogurtes, pães ou bolachas integrais, porém com cuidado em relação à data de validade e forma correta de guardar esses alimentos.”
O Programa Estrada para a Saúde, a CCR NovaDutra também procura informar os caminhoneiros sobre a importância de uma alimentação saudável e a prática de atividades físicas regulares
“Motoristas com boa qualidade de vida trabalham melhor, o que também colabora para a redução dos índices de acidentes na rodovia.”
De modo geral, o tratamento consiste em evitar com alimentos ricos em colesterol (iogurtes, queijos amarelos, chantilly, manteiga, molho branco, gordura visível e a pele de aves) e gorduras (frituras, sorvetes, chocolates, bolos, tortas, pizzas, salgados de lanchonete e salgadinhos de pacote)
A preferência é sempre uma base alimentar rica em fibras (frutas, verduras, legumes e alimentos preparados com farinhas integrais), alimentos cozidos, grelhados ou assados, sempre preparados com pouco gordura e temperos mais naturais
Em 2010, 8% dos caminhoneiros que realizaram exames de colesterol nas ações do Programa Estrada para a Saúde, apresentaram índices elevados.
“A prática de atividades físicas regularmente auxilia na redução do LDL e aumento do HDL. É importante fazer exames de sangue periodicamente. Quando necessário, um médico pode prescrever o uso de remédios para controle, mas a alimentação saudável e a atividade física são indispensáveis”, diz Alessandra.
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