Paradas de descanso
Portaria publicada recentemente no Diário Oficial da União, definiu quais serão os atos administrativos a serem adotados para o reconhecimento e a certificação dos Pontos de Parada e Descanso (PPD), tanto de profissionais do transporte de cargas como do transporte de pessoas nas rodovias brasileiras.
A publicação da portaria tem por objetivo identificar e cadastrar locais de espera, repouso e descanso dos motoristas e, dessa forma, ampliar e disponibilizar esse tipo de serviço. As autorizações terão validade de quatro anos, podendo ser renovada sucessivamente.
Uma boa notícia sim. Hoje praticamente não há pontos de descanso, a não ser em alguns postos de abastecimento, e um ou outro local arrumado, como na rodovia Ademar de Barros, próximo de Mogi Mirim.
Vale a gente lembrar de que esses pontos de paradas e descanso já existem em toda a Europa a pelo menos 20 anos.
Transportadoras e investimentos em tecnologia
Para conhecer a opinião dos representantes de empresas de transporte de cargas e como a economia de 2019 os impactou, bem como suas perspectivas para 2020, o SETCESP encomendou um levantamento ao Instituto Paulista do Transporte de Carga. As empresas entrevistadas somam quase 15 mil postos de trabalho. Dessas empresas, 54% mostram o desejo por aumentar o número de funcionários em 2020. Para isso devem investir cerca de 3,36% do seu faturamento em novas contratações.
O cenário para 2020 é bastante estável para a maior parte dos entrevistados. No geral as empresas acreditam que o valor do frete se manterá regular, e pouco mais de 1/3 dos participantes da pesquisa acreditam em um cenário positivo, no qual o valor do frete deve melhorar.
Além disso, a maioria das empresas pretende empregar cerca de 4% , do faturamento em tecnologia para desenvolver ainda mais a capacidade e a qualidade de seu trabalho.
Além das tecnologias, a maior parte das transportadoras também apresenta interesse em renovar a frota em 2020. No total, 64% responderam que pretendem investir até 10,55% de seu faturamento em novos veículos. Todos participantes que tem uma frota acima de 10 anos demonstraram essa vontade. O que não deixa de ser muito interessante para todo o segmento de transporte de carga.
Vacinas
A vacinação contra gripe, que é realizada todos os anos, foi antecipada para 23 de março. Ainda não é contra o coronavírus, mas as autoridades de saúde afirmam que isso poderá ajudar na identificação do coronavírus, uma vez que quem for vacinado não pega gripe, cujos sintomas são semelhantes ao do coronavírus.
Independente disso, é fundamental para todas as pessoas manter as vacinas em dia, especialmente o caminhoneiro, uma vez que anda pelo país inteiro o tempo todo.
Não esquecer, também da vacinação contra febre amarela, quem nunca vacinou. Outra vacina importante é contra a hepatite B.
Pedágio no rio grande do sul
O reajuste de 51,8% na tarifa de pedágio para caminhões nas rodovias estaduais, administradas pela Empresa Gaúcha de Rodovias foi aprovado após uma reunião do Conselho Gestor do Programa de Concessões e Parcerias Público-Privadas. Para os carros de passeio, a redução será de 10%, em 12 das 14 praças de pedágio. A previsão é que as novas tarifas passem a valer a partir de abril.
A mudança, que terá que passar pelo aval do Conselho de Administração da Empresa ainda em março e vai valer para as praças de Boa Vista do Sul, Candelária, Coxilha, Cruzeiro do Sul, Encantado, Flores da Cunha, Gramado, Santo Antônio da Patrulha, São Francisco de Paula, Três Coroas, Venâncio Aires e Viamão. A exceção são as de Campo Bom e Portão, onde o preço será mantido.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (SETCERGS), João Jorge Couto da Silva, é contra o aumento, posicionamento também divulgado pela Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Rio Grande do Sul (FETRANSUL) e pela Federação dos Caminhoneiros Autônomos do Rio Grande do Sul (FECAM-RS).
“Esse aumento é populista, olhando para as futuras eleições. Nós, transportadores rodoviários de carga, representamos 80% da arrecadação tanto da Freeway quanto das outras rodovias pedagiadas estaduais”, explica. “Não posso afirmar se vai acontecer esse reajuste que o governo está ameaçando, porque não é uma determinação. Mas, se sim, vai afetar os proprietários dos automóveis e todos os gaúchos, que vão pagar a conta. Eles não irão pagar no pedágio, mas o produto que chega na mesa do consumidor quem leva são os caminhões, não os automóveis”, completa. João Jorge não descarta encaminhar uma ação judicial em conjunto outras entidades do setor.
De acordo com o Governo Estadual, os caminhões representam 18% dos usuários das praças de pedágio. O SETCERGS, por exemplo, tem cerca de 300 empresas associadas. A estimativa é que a frota de caminhões no Estado seja de 270 mil veículos.
A importância dos sucateiros
Quem vê caminhões com a caçamba cheia de sucatas, como os que se encontra em todo o país, parecendo coisa velha, nem imagina a importância dessa estranha carga transportada.
A sucata de aço e ferro, representa importante economia de matéria prima, pois é inteiramente reciclável, poupando a busca por minérios – especialmente de ferro e alumínio – na natureza.
Essa sucata, transportada do país inteiro por centenas e centenas de caminhões, como esses, significa 25% de toda a matéria prima utilizada na produção de aço. Cerca de 10 milhões de toneladas. Uma economia e tanto. Não só financeira, mas também ambiental.
Existem hoje no Brasil 29 usinas siderúrgicas, produzindo cerca de 39 milhões de toneladas, o que torna o Brasil um dos maiores produtores de aço do mundo.
Por isso o trabalho dessa turma, com caminhões as vezes até meio velhos, é tão importante. Uma turma que já nem acha mais ruim serem chamados de sucateiros. Com muito respeito.
Textos de Murilo Carvalho.