
Caminhoneiros de todo o Brasil, sejam bem-vindos!
A seguir, você confere um panorama atualizado e jornalístico sobre a movimentação em torno da possível paralisação anunciada para o dia 4 de dezembro. A reportagem reúne checagens em notas oficiais, entidades representativas e veículos especializados do setor.
Convocação existe, mas movimento é fragmentado
A convocação para uma paralisação nacional de caminhoneiros no dia 4 de dezembro de 2025 circula nas redes sociais e em grupos independentes da categoria. Vídeos e mensagens reforçam o chamado e mencionam até suporte jurídico ao movimento, mas a mobilização não parte das principais entidades representativas.
Embora o tema ganhe tração em alguns segmentos, sobretudo entre caminhoneiros autônomos e páginas de apoio, o movimento não foi assumido de forma unificada por federações e sindicatos nacionais.
Reivindicações apresentadas pelos grupos pró-paralisação
Os organizadores que defendem a greve apontam pautas como:
🔹 revisão da política de fretes;
🔹 renegociação de dívidas;
🔹 insatisfação com custos operacionais;
🔹 infraestrutura precária;
🔹 reclamações sobre decisões econômicas recentes.
As demandas são amplas e surgem principalmente de articulações digitais e lideranças locais.
Entidades nacionais evitam endosso e denunciam politização
Enquanto o chamado cresce na internet, entidades nacionais têm adotado distância do movimento.
A CNTA, que representa caminhoneiros autônomos, declarou a veículos especializados que “não há convocação oficial de greve”, afirmando não ter recebido qualquer deliberação formal de suas bases sobre uma eventual paralisação.
O ex-líder da greve de 2018, Wallace Landim (Chorão), também se manifestou publicamente:
“A pauta de transporte existe, sim, mas estão puxando esse movimento com questões políticas. Eu não posso usar a categoria para isso.”
A fala reforça a percepção de que o movimento atual não tem alinhamento institucional e enfrenta forte fragmentação interna.
Sindicatos regionais se posicionam e rejeitam a convocação
Entre as manifestações mais claras está a da FETRABENS, federação que representa caminhoneiros autônomos no Estado de São Paulo. Em nota oficial publicada em 2 de dezembro, a entidade afirmou:
“A FETRABENS informa que, até o presente momento, não participa, não convoca e não tem qualquer deliberação institucional envolvendo paralisação, greve geral ou mobilização.”
A federação também destacou:
“Temos conhecimento de manifestações individuais e espontâneas (…) Contudo, reforçamos que tais atos não são organizados, apoiados ou estimulados por esta federação, tratando-se exclusivamente de iniciativas particulares.”
Segundo a entidade, uma mobilização de caráter nacional exigiria assembleia prévia e comunicação oficial, procedimentos que não ocorreram.
Sindicatos regionais consultados pela imprensa reforçam entendimento semelhante: existe movimentação, mas não há articulação coordenada para uma greve em larga escala.
O cenário mais provável
Com base nas informações levantadas:
🔹 A convocação existe, e grupos independentes seguem mobilizados.
🔹 Entidades nacionais e sindicatos estruturados não aderiram.
🔹 Lideranças influentes apontam risco de politização da pauta.
🔹 A categoria está dividida, e o movimento não apresenta unidade organizacional.
Na prática, a expectativa mais provável hoje é a de uma paralisação pontual, regional e descentralizada, caso ocorra.
Indicadores que merecem atenção nas próximas horas
Para monitorar a evolução da situação, alguns sinais podem indicar aumento ou retração do movimento:
1. Notas oficiais de entidades
Mudanças de postura de CNTTL, CNTA, CNTRC e federações estaduais podem alterar a escala da mobilização.
2. Atividade em redes sociais
Aumento de vídeos, lives e chamadas coordenadas pode indicar adesão crescente.
3. Movimentação em rodovias estratégicas
BR-116, BR-163, BR-364, BR-101 e BR-153 costumam ser pontos sensíveis em períodos de mobilização.
4. Anúncios emergenciais do governo
Medidas de última hora podem desmobilizar ou, ao contrário, inflamar o movimento.
5. Postura de grandes transportadoras e embarcadores
Esses setores costumam antecipar alterações operacionais quando há percepção real de risco logístico.
O cenário segue indefinido.
Há convocação? Sim.
Há adesão massiva e institucionalizada? Não.
A categoria está dividida, e o movimento, até aqui, se apoia principalmente em articulações digitais e lideranças independentes.
Seguimos acompanhando a situação e atualizaremos os caminhoneiros sempre que surgirem novos fatos.








