Boa aparência faz a diferença. Como se vestir no seu ambiente de trabalho?

Por Evelyn Haas
Da Redação do Portal

Ficar atento ao visual não é mais uma preocupação apenas de profissionais que lidam com negócios. Nestes tempos modernos, vestir-se bem, apresentar-se bem asseado, com uma roupa adequada, e com bom caimento, conta e, muito, na valorização da própria imagem.

Caminhoneiros não fogem à regra. A vida dura nas estradas não pode ser justificativa para uma aparência mais relapsa. Não é preciso, naturalmente, formalidades, nem trajes como paletó e gravata, tampouco se vestir como motorista de madame.

O que vale é o bom senso. Roupa limpa e bem engomada é a regra número um. Causa boa impressão. Você confiaria em um médico com um avental todo encardido? Ou mal vestido? É provável que não. Admita: estar bem aprumado ajuda e não custa caro.

Na hora de confiar um carregamento, especialmente aqueles que remuneram melhor o frete, não são só as condições do caminhão que contam. Um motorista bem apresentado inspira confiança e qualidade.

Para Ana Cristina Limongi-França – Professora da FEA-USP, Núcleo de Gestão Qualidade de Vida no Trabalho e Coordenadora da FIA (Fundação Instituto de Administração) -, valorizar a aparência não é apenas uma questão estética.

De acordo com a catedrática, o caminhoneiro precisa dar mais importância para seu aspecto visual em virtude da profissão que exerce, afinal ele é próprio cartão de visitas. “A veia do motorista é de conquista, então eles têm uma vaidade natural, mas com o cansaço, vai se descuidando” – Ana Cristina.

Cuidar da auto-imagem passam também por outros itens como atenção diária com a higiene, ter uma boa noite de sono, fazer frequentemente exercícios de alongamento e se policiar para sempre se sentar com uma postura mais correta.

“O caminhoneiro que dá certo é um sujeito empreendedor”, diz Ana Cristina, “por isso mesmo se preocupar com o próprio visual faz parte de sua construção pessoal e profissional”.

Para a professora, “a dica é o motorista acrescentar à sua rotina um tempo para se cuidar. Caprichar mais é cuidar do lado empresarial dele, o que inclusive facilita novos contratos e evita o risco de usar roupas inadequadas.”

Com o intuito de atender às exigências do mercado e investir em seus colaboradores, há 10 anos a operadora logística JSL criou um Centro de Treinamento próprio e, há cinco anos, uma Escola de Formação de Motoristas e operadores de máquinas e equipamentos.

A iniciativa tem por objetivo unificar todos os colaboradores de nível funcional com nível administrativo, por isso investir na sua autoestima é fundamental.

Ércio Gomes, Coordenador de Treinamento da JSL, diz que atualmente no Brasil é possível identificar duas situações distintas: o caminhoneiro que não se valoriza, e os que têm consciência do valor de sua apresentação pessoal.

Para Gomes o visual é importante, pois sugere um padrão diferenciado para todos da empresa, e destaca o uso do uniforme como algo que mostra identidade e seriedade ao trabalho, além de reforçar o vínculo com a empresa.

Na maioria dos casos, os clientes elogiam esse tipo de motorista e olham com mais confiança para a marca.

De acordo com o Presidente da SUBC (Sindicato União Brasileira dos Caminhoneiros), José Natan, o caminhoneiro autônomo tem como hábito ser mais relaxado. “Quando dirige um modelo mais antigo, ele fica em uma cabine quente, transpira e não se incomoda em tirar a camisa”, diz.

Na sua visão, não é um princípio básico para o caminhoneiro passar um perfume, fazer a barba, cortar as unhas, procurar se vestir bem: “ele ainda não tem essa prática, nem acha que é essencial”.

Contudo quando questionado se quem está melhor alinhado recebe um tratamento diferenciado, concluiu: “O mundo trata melhor quem se veste bem”.

Fotos: Lojas Renner e NETSHOES

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