A série de protestos e manifestações pelas quais o Brasil passa enfim chegou aos caminhoneiros. Após passar as últimas semanas convocando uma paralisação da categoria, lideranças dos transportadores viram a manhã desta segunda-feira acumular atos em três importantes rodovias do Estado de São Paulo: Castello Branco, Anchieta e o Rodoanel.
Segundo a Ecovias, cerca de 15 manifestantes interromperam o tráfego de duas pistas da Anchieta, no sentido litoral paulista. Também houve bloqueio de tráfego na Castello Branco, em Barueri, e no trecho sul do Rodoanel, na região de Itapecerica da Serra.
Outros estados
Em Minas Gerais, os protestos bloquearam a rodovia Fernão Dias em três trechos, no km 513 em Igarapé, no km 359, em João Monlevade e no km 365, em São Gonçalo do Rio Abaixo. Os manifestantes estão fazendo todos os caminhões parar, mas carros estão sendo liberados para o tráfego. 10 mil caminhoneiros devem participar do movimento no estado.
No Espírito Santo, foram ocupados os dois sentidos da BR-262, em Viana. Há também interdição na BR-101, nos trechos entre Iconha e Rio Novo do Sul, no Sul do estado, e São Mateus, no Norte.
Portos de Santos
Centenas de caminhões bloqueiam o principal acesso à Margem Esquerda do Porto de Santos, em Guarujá, na ‘Rua do Adubo’. Além de protestarem contra o preço da tarifa dos pedágios, os manifestantes reclamam dos buracos na Rua do Adubo.
As manifestações ocorrem cerca de um ano depois dos protestos contra a Lei 12.619, que regulamenta a profissão do motorista profissional e impõe uma carga horária limitada, esta fruto de muita reclamação entre os caminhoneiros, principalmente autônomos.
Um dos responsáveis por convocar os transportadores aos protestos em 2012, o Movimento União Brasil Caminhoneiro usou seu site para convocar todos os caminhoneiros para uma paralisação em apoio às manifestações que ocorrem pelo país e também para exigir melhorias para a classe, como o a redução do custo do óleo diesel, isenção do pagamento de pedágios para caminhões e criação da secretaria do Transporte Rodoviário de Cargas.
“A categoria vai enfileirar os veículos nas principais rodovias mineiras a partir das 6h de hoje”, afirmou o coordenador do MUBC em Minas Gerais, Geraldo de Assis. As lideranças dos protestos afirmam que as paralisações devem durar 72 horas.
Por outro lado, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, minimizou os protestos no estado. “Nós estamos conversando com as entidades dos sindicatos, aliás é uma área pequena dos sindicatos, quase nenhum deles não fez nenhuma manifestação, mas acho que já está resolvendo”.
“Essa manifestação envolve pedágio, valor do diesel, acesso às cidades, um conjunto de fatores. No nosso caso, nós suprimimos um reajuste que ia ser de 6,5%. A maioria dos caminhões não tem um eixo suspenso, deixou de ter reajuste de 6,5%. Quem tem o eixo suspenso deixou de ter um reajuste de 3,5%, todos foram beneficiados”, avaliou Alckmin.
(LT)
Foto: Aquilles Ribeiro/ pelo Facebook