CEO da MAN Latin America projeta mercado de 2015 igual a 2014

por Leandro Tavares,
de São Paulo (SP) para o Brasil Caminhoneiro

As fabricantes de caminhões torcem para que 2014 acabe logo. Esse foi o sentimento transmitido pelo CEO da MAN Latin America, Roberto Cortes, em evento realizado nesta quarta-feira em São Paulo (SP). Mesmo com uma queda que deve chegar a 11%, este ano será o quarto melhor desempenho do setor. E de acordo com o executivo, 2015 deve ser semelhante, principalmente por uma série de fatores que tornam qualquer previsão de grande retomada ou nova queda em informação pouco confiável.

“Primeiro, a economia do País precisa voltar a crescer para aquecer os negócios. Em segundo lugar vem o aspecto psicológico, mas importante, que é a retomada da confiança dos empresários, para que voltem a investir. A escolha da nova equipe econômica do governo contribui para isso e nós vemos os escolhidos com muito bons olhos. O terceiro fator está ligado ao nível de incentivo que o governo pretende dar ao segmento com o PSI; esperamos que os juros não subam muito para essa linha de crédito fundamental para as vendas de caminhões no País. A quarta variável será a renovação de frota, que tem média de idade de 17 anos, está muito velha e improdutiva, e um programa de renovação pode trazer bons resultados para o mercado.”

“Com esse quadro de incertezas achamos melhor dizer que 2015 deve ser parecido com 2014”, disse Cortes. Ainda sem definição do governo, as condições do PSI em 2015 são fator determinante para a saúde do mercado. “Esperávamos que fosse aprovado em novembro e não foi. A linha termina esta semana e sem isso as vendas são bem mais difíceis. Mesmo com todos os problemas, 2014 poderia ser pior se não tivesse o PSI”, afirma o executivo.

E foi justamente a indefinição das regras do Finame PSI que permitiram que o mercado começasse 2014 patinando. “Praticamente perdemos o primeiro mês inteiro de vendas”, explica o CEO, que foi além na análise do segmento em 2014. “Tivemos o carnaval tardio, que logo se emendou com a Copa do Mundo e às eleições. Com tudo isso, temos um cálculo aproximado que 2014 teve apenas 210 dias úteis, quando o normal seriam 240”, avaliou.

Foto: Malagrine Estúdio

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