Com nova geração do Tector, Iveco mostra que vai entrar com força no segmento mais competitivo do mercado brasileiro de caminhões

Por Mauro Cassane,
editor do portal

Se tem um segmento que toda fabricante de caminhões olha com cobiça é o de semipesados. É onde se encontra grande parte dos autônomos e pequenos frotistas. Sozinho este segmento responde por 30% de todos os caminhões vendidos no Brasil. E a configuração 6×2 é a preferida, com quase 60% das vendas.

Leia também:
Iveco aposta em versatilidade de configurações para liderar segmento de semipesados

A briga neste negócio específico é de gente grande. Vokswagen Caminhões domina o segmento há tempos com o Constellation 24.250 (o caminhão mais vendido do País), agora rebatizado de 24.280, na versão Euro 5. Scania e Volvo entraram com força na competição para abocanhar fatias deste segmento e a Iveco, que já estava na disputa, pois lançou seu semipesado Premium em 2008, mostra oficialmente a nova geração do Tector, Euro 5, com sistema SCR, mais um produto de sua família Ecoline.

O Tector já pode ser encontrado na rede de revendas da marca em 41 versões distintas, três tipos de trações (4×2, 6×2 e 6×4) e quatro diferentes distâncias de entreeixos. Para Marco Mazzu, presidente da Iveco, o objetivo é encostar rapidamente na líder de mercado. “Temos um veículo Premium neste mercado, mas nosso leque mais amplo contempla também produtos de entrada com preços mais competitivos que nosso concorrente direto”.

A estratégia da Iveco é bem interessante e, de fato, pode alterar a dinâmica do mercado. Com o Euro 5 todo mundo se emparelhou. É difícil dizer quem vai mesmo liderar. Os caminhões ficaram mais sofisticados e, todos, cerca de 10% mais caros. Com o Tector a Iveco continua com a estratégia de ter um produto de entrada, mais em conta, conhecido como linha Attack, e que será vendido na faixa de 150 mil reais. Já a versão top de linha, caminhão que certamente vai brigar com Scania e Volvo, será vendido por cerca de 250 mil reais. “Nossos preços não são diferentes, e muitas vezes serão inferiores, da líder do mercado”, diz Alcides Cavalcanti, diretor de vendas da Iveco.

A diretoria da Iveco entende que o mercado não andou bem neste começo de ano. Mas a previsão é otimista para o segundo semestre. “Esperamos vender perto de 4,5 mil unidades do novo Tector até o final do ano”, comenta Cavalcanti. É um número significativo para o segmento no qual a Iveco saltou de uma participação de frugais 3% em 2008 para quase 8% no ano passado. “Estamos crescendo cerca de 1% ao ano neste segmento e, com este produto mais alinhado com a demanda do mercado, vamos manter ou acelerar este ritmo”.

A motorização do novo Tector é bem conhecida dos transportadores, o Iveco FPT NEF 6 com duas versões de potência: 218 cv e 280 cv. De acordo com Alexandre Serreti, gerente executivo de leves médios e pesados da Iveco, este novo motor é 5% mais econômico que sua versão anterior Euro 3.

Além disso, o novo motor ainda teve seu cárter alterado para aumentar a quantidade do reservatório de óleo de 13,3ℓ para 20ℓ, conferindo maior robustez ao sistema. Outra modificação do NEF 6 Euro V que trouxe vantagens para os proprietários do novo Iveco Tector foi o aumento no intervalo de troca de óleo. O novo motor permite paradas a cada 60.000 quilômetros, porque utiliza o óleo 5W30 sintético. Anteriormente, as trocas eram necessárias a cada 20.000 quilômetros em uso rodoviário.

O novo Tector terá duas conhecidas grifes como opção de transmissão: Eaton e ZF. A transmissão manual ZF-Ecomid 9 marchas 9S-1110 TD equipa as configurações 4×2 e 6×2 do Tector (e de série na versão Stradale, que é o Top de linha), a transmissão 9S-1110 TD traz como diferencial um novo sistema de mudança de marcha, em H simples, substituindo o H duplo da versão anterior.  O resultado é a facilidade na operação, que em conjunto com um eixo traseiro de relação simples, possibilita os engates de marcha precisos.

Ao facilitar a vida do condutor, a transmissão também diminui a possibilidade de erros na operação e, consequentemente, os casos de quebra do trem de força. Outra qualidade que atrai as empresas de transporte é a redução no consumo de combustível, gerado pelo escalonamento de marchas.

Com relação em primeira marcha crawler de 12,73, a ZF-Ecomid 9 marchas faz com o que o veículo  tenha maior capacidade de  partida em rampas – característica ideal para a distribuição urbana, transmitindo menos energia para a embreagem, permitindo, assim, menor desgaste do sistema. Com a relação direta em nona marcha e um spread total de 12,73, a ZF-Ecomid é a combinação ideal também para uso rodoviário, permitindo que o motor trabalhe com rotações mais baixas em velocidade de cruzeiro.

Já aplicada em veículos semipesados europeus (incluindo a própria Iveco), a ZF-Ecomid 9S-1110 TD é produzida pela ZF na França, mas em julho ela começará a sair da linha de produção grupo em Sorocaba (SP).


Foto: Divulgação/Iveco

- Publicidade -