De opcional à série?

por Fábio Rogério
da Redação do Portal

As fabricantes de caminhões que oferecem câmbios automatizados estão vendo que a preferência pelo equipamento vem aumentando. Por isso, quem não fabrica, já está se preparando para oferecer a opção o mais rápido possível. Agora, será que o mercado será dominado por caminhões 100% automatizados? A Iveco acredita que sim.

“Existe uma grande demanda por veículos com essa configuração. A tendência para o futuro é que o câmbio mecânico dê lugar ao câmbio automatizado”, fala Cristiane Nunes, gerente de Marketing de Produto da fabricante italiana. A executiva comenta que clientes que já possuem um automatizado, na hora de renovar, optam preferencialmente pelo mesmo equipamento.

“É difícil assegurar a produção 100% de câmbios com essas características. Há segmentos no Brasil que ainda prefere os câmbios mecânicos por características de mercado. Na área de mineração e construção, a busca é por automatizados. Mas há segmentos que ainda investem em mecânicos”, diz Alvaro Menoncin, gerente de engenharia de vendas caminhões da Volvo do Brasil. Mesmo não assegurando o domínio total do produto, a empresa já anunciou sua intenção de fabricá-lo no Brasil, e investirá R$ 25 milhões para viabilizar a produção em Curitiba/PR.

Na Scania, a caixa automatizada Opticruise, em 2010, marcou presença em 10% do total de vendas de todo o ano, que totalizaram 15.441 caminhões, segundo dados da Anfavea (Associação das Fabricantes de Veículos). Neste ano, entre janeiro e julho, o percentual chegou a 15% das vendas realizadas.

“Hoje, o Opticruise está presente em todos os modelos de caminhões nossos. Em fora de estrada e mineração, já é praticamente 100% o uso do automatizado”, diz Marcel do Prado, da área de Portfólio do Produto.

Na MAN Latin America, o câmbio automatizado sai mais em ônibus: por mês, 8% desses veículos saem com o equipamento. Nos caminhões, a aplicação ainda é modesta: A empresa informou que, considerada a produção de caminhão e ônibus, 1,5% de veículos produzidos ao mês saem com câmbio automatizado.

Para Ronaldo Cândido, supervisor da Engenharia – Powertrain da MAN Latin America, não é possível se falar um cenário nacional com domínio total de automatizados. “A visão atual do cenário dos países nos quais esta tecnologia já é bastante difundida indicam que prever a utilização 100% não é totalmente correto. A utilização é mais efetiva somente em alguns segmentos. No segmento dos caminhões pesados, os automatizados são maioria. Mas, no segmento dos mais leves, ainda há conservadorismo nos volumes comercializados”, analisa.

Na NC2 do Brasil, Guilherme Ebeling, diretor de Operações Veiculares, comenta que no próximo ano o modelo 9800 poderá ter o opcional. “Vai depender muito da demanda de mercado, mas hoje, quando se fala em caminhões pesados, que puxam acima de 57 toneladas (bitrens, bitrenzão e rodotrem), 60% das vendas está em cima de automatizados, e achamos que teremos esse valor nas nossas vendas”, diz o executivo.

Foto: Opticruise (Divulgação Scania)

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