Dia do Motorista: profissionais transportam mais de 6 mil toneladas de lixo por dia, num trabalho fundamental para manter a cidade limpa
O Dia do Motorista, 25 de julho, foi instituído para homenagear aqueles que trabalham diariamente no transporte de pessoas e mercadorias. A data também estimula reflexão sobre a responsabilidade no ato de dirigir.
Motoristas no Brasil
De acordo com o Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), há no Brasil cerca de 70 milhões de motoristas, entre profissionais e amadores.
Um dos problemas enfrentados por esse grande contingente de pessoas, passageiros e pedestres, é o número expressivo de colisões, acidentes e atropelamentos que ocorrem todos os dias no País, em especial nas metrópoles.
Um exemplo é a cidade de São Paulo, onde, segundo dados do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), existem 6.562.061 motoristas com CNHs ativas.
Acidentes no trânsito
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1,25 milhão de pessoas morrem, no mundo, por ano em acidentes de trânsito. Desse total, metade das vítimas é constituída por pedestres, ciclistas e motociclistas.
O trânsito brasileiro, ainda de acordo com esse organismo, é o quarto mais violento do continente americano. No País, São Paulo é o Estado que apresenta o maior número de óbitos no trânsito. Dirigir alcoolizado é a segunda maior causa.
Trabalho sem acidentes
A Loga (Logística Ambiental de São Paulo), empresa responsável por coletar os resíduos da Região Noroeste da capital paulista, conta com aproximadamente 2 mil colaboradores.
Destes, 414 são motoristas treinados em cursos de atualização e reciclagem, para conduzir sua frota de caminhões de coleta pelas ruas paulistanas.
De acordo com Pedro Escudeiro, coordenador de Operações da Loga, todos os dias saem às ruas mais de 300 veículos da empresa para realizar a coleta seletiva, doméstica e hospitalar.
Esses veículos levam mais de seis mil toneladas diárias de resíduos sólidos ao transbordo, local onde são realizadas as transferências de um meio de transporte para outro.
Nesta unidade, localizada na região central, todo o material trazido pelos caminhões de coleta é pesado e transferido para veículos maiores, com capacidade de 24 toneladas, para ser levado aos aterros sanitários, destino final dos resíduos.
Vovó motorista
Há nove anos na Loga, Kelly de Souza do Nascimento é a única mulher que trabalha como motorista na empresa. “No começo, alguns munícipes estranharam ao me ver dirigindo o caminhão e achavam até que eu não seria capaz, mas, depois de um tempo, quando pude mostrar minha força e competência, o preconceito ficou de lado e passei a ser respeitada como profissional”.
A motorista, que já é vovó, é admirada por toda sua equipe e pelos munícipes que atende na região da Sé, no centro de São Paulo. No começo, como ela mesmo diz, atuar como motorista foi um plano B, um jeito de tentar driblar as dívidas e pagar as contas que se acumulavam no final do mês. Porém, a atividade tornou-se uma paixão.
Quem compartilha essa opinião é o motorista José Cicero Silva dos Santos, há 13 na empresa, quatro deles como motorista. “Na Loga eu comecei trabalhando como coletor e, somente depois de alguns anos fui promovido a motorista. “Devido à segurança e aos cuidados que a minha função exige, a empresa disponibiliza vários cursos e palestras durante o ano, e eu participo de todos”.
Na opinião do motorista a população precisa entender a importância da coleta e passar a colaborar, descartando o lixo corretamente nos dias e horários informados pela empresa.
Dados de 2015 do Cempre (Compromisso Empresarial para Reciclagem) afirmam que o Brasil realiza a coleta de lixo em 90,8% dos domicílios. Treze por cento são reciclados.
De acordo com o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos da Cidade de São Paulo (2012) a cidade de São Paulo, maior metrópole do País, produz diariamente mais de 20,1 mil toneladas de lixo, incluindo divisíveis e indivisíveis, sendo 1 quilo por habitante, em média só de resíduo domiciliar.