Espera pelas regras do PSI de 2014 preocupa fabricantes de caminhões

Por Mauro Cassane, editor do Portal Brasil Caminhoneiro

Termina na próxima sexta-feira, 13, o prazo técnico para quem quer comprar caminhão com PSI de 4% ao ano. Depois desta data, segundo agentes financeiros e representantes da indústria consultados pelo Portal Brasil Caminhoneiro, não dará mais tempo para protocolar pedido e financiar caminhões com o Finame. Neste ínterim, toda indústria de caminhões espera ansiosamente definição do governo com relação à taxa a ser praticada no próximo ano. “O correto seria o governo anunciar esta taxa já na semana que vem”, disse ontem Luiz Moan, presidente da Anfavea, ao anunciar os resultados da indústria até novembro.

Por conta das indefinições do Finame no começo de novembro, as vendas do mês foram abaladas e sofreram queda de 13,1% com relação a outubro. Em novembro foram comercializados 11.641 caminhões contra 13.391 em outubro. No acumulado, contudo, o ano é favorável: nos onze meses deste ano foram emplacados 140.129 caminhões, um aumento de 10,7% com comparação com o mesmo período do ano passado.

Além de aguardar a taxa do PSI para 2014 (para as taxas praticadas neste ano o governo anunciou a regra em novembro de 2012), os executivos da Anfavea também esperam sensibilidade do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, no sentido de botar em prática um programa de renovação da frota nacional de caminhões que foi, pela primeira vez na história do País, orquestrado em conjunto entre Anfavea, NTC, CNT, Fenabrave, Simefre, Sindipeças e Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. “O objetivo é, num primeiro momento, retirar de circulação uma boa parte dos caminhões com mais de 30 anos”, conta Moan.

De acordo com Luiz Carlos Moraes, diretor institucional da Mercedes-Benz, o custo social dos caminhões com mais de 30 anos é muito elevado, “grande parte destes veículos se envolvem em acidentes e, mesmo quando quebram em operação, geram enormes transtornos e prejuízos”. Moraes acredita que a proposta conjunta de renovação da frota de caminhões, encaminhada pela Anfavea ao governo, caso aprovada e colocada em prática ainda no início do ano que vem, possa contribuir para elevar a venda tanto de veículos novos como de semi novos.

Falta, contudo, também combinar com o BNDES uma regra clara para o financiamento dos usados com até dez anos de idade. Segundo agentes financeiros consultados por nossa reportagem, há uma linha de crédito do Finame para usados apenas no papel. Ou seja, na prática, ela não é aplicada exatamente por falta de clareza nas regras e, inclusive, nas taxas.

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