Estradas de São Paulo não terão reajuste dos pedágios, mas cobrarão por eixo suspenso

No mesmo dia em que os usuários de transporte público de São Paulo, outras capitais estaduais e vários municípios voltam a pagar tarifas menores, o governador Geraldo Alckmin anuncia que não haverá reajuste das tarifas de pedágio nos 6,4 mil quilômetros de rodovias sob concessão no Estado de São Paulo. “O reajuste será zero, não haverá nenhum reajuste. Vamos manter os contratos, mas conseguimos, num esforço bastante grande, equacionar esse problema para não ter nenhum reajuste e não onerar o usuário do sistema”, disse o governador.

A elevação das tarifas é prevista em contrato, seguindo o índice da inflação anual medida pelo IPC-A acumulado entre junho de 2012 e maio de 2013, calculado pelo IBGE, que somou 6,5%. Com a redução zero anunciada na prática até 1º de julho de 2014, data base dos reajustes, não haverá majoração dos pedágios. O reajuste zero é resultado de um esforço conjunto entre a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (ARTESP) e a Secretaria de Estado de Logística e Transporte (SLT).

Para permitir a manutenção dos valores atuais das tarifas por mais um ano serão necessárias a adoção de quatro ferramentas. A primeira é a redução em 50% do ônus variável que a ARTESP recebe das tarifas de pedágio, que baixará de 3% para 1,5%. Essa verba custeia as atividades da Agência na regulação e fiscalização dos contratos junto às 19 concessionárias, na fiscalização das obras e prestação de serviços das administradoras das rodovias. Não haverá redução de funções da ARTESP, mas uma economia, já que atualmente a Agência está localizada em prédio próprio, houve otimização das ações com melhorias na informatização e novas tecnologias de gestão.

A segunda medida adotada é o início de cobrança do chamado eixo suspenso dos caminhões. Nas pistas estaduais sob concessão, os veículos comerciais que tivessem um eixo suspenso, sem contato com o solo, não pagava pedágio. A partir de 1º de julho, todos os eixo dos caminhões estarão tarifados, assim como o que já acontece em todas as rodovias federais.

Uma terceira ferramenta utilizada pelo governo do Estado para permitir o reajuste zero é utilizar os créditos que o poder concedente tem junto às concessionárias com obras atrasadas. Estes créditos decorrentes de atrasos de obras – previstos em contrato – estão sendo transformados em índice porcentual e utilizados no balanceamento do reajuste zero.

A última medida se encaixa junto aos contratos em que não há atraso de obra. Neste caso, o Governo do Estado abrirá mão do pagamento do ônus fixo que recebe das concessionárias e aplicará essa verba no reajuste zero.

Todas essas medidas constam das negociações que estão sendo desenvolvidas desde 2011 junto às concessionárias e foram antecipadas neste momento para garantir a manutenção dos valores atuais das tarifas. As negociações continuam, com o objetivo de diminuir nominalmente as tarifas de pedágio em todo o Estado de São Paulo. “Não é medida populista, nós estamos fazendo um trabalho de dois anos e meio para contratos de longo prazo. Estamos desde o início implantando o Ponto a Ponto, quebramos o monopólio do Sem Parar e estamos rediscutindo todos os contratos”, afirmou Geraldo Alckmin.

(LT)

Foto: Divulgação

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