Fim da carta-frete inaugura uma nova fase para os caminhoneiros autônomos

por Fábio Rogério
da Redação do Portal

“Nós temos mais de 2 milhões de fiscais, que são os próprios motoristas”, enfatizou José Araújo da Silva, o “China”, presidente da Unicam (União Nacional dos Caminhoneiros do Brasil), ao comentar sobre o fim da carta-frete e a entrada em vigor desde o dia 23 de janeiro do novo sistema de pagamento de fretes estabelecido pela Resolução 3.658 da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

“A Unicam está empenhada para fazer cumprir a lei. Na semana que vem, vamos distribuir um milhão de cartilhas com orientações sobre o novo sistema de pagamento. Além disso, estamos de plantão para dar assessoria jurídica ao caminhoneiro em qualquer parte do Brasil. Basta nos procurar”, disse China.

Quando questionado sobre a eficácia da fiscalização por parte da ANTT, o presidente da Unicam acredita que os próprios caminhoneiros trabalharão a favor, denunciando quando se confrontarem com irregularidades: “Sabemos que muitos – postos e transportadoras mal intencionadas – tentarão burlar, mas a hora da mudança é agora. O autônomo já sofreu 50 anos de ‘ditadura’ de carta-frete”.

“É necessário que as empresas se preparem para cumprir a regulamentação. Somos favoráveis a esta legislação que extingue a utilização da carta-frete e transfere este pagamento para sistemas eletrônicos, utilizando serviços bancários”, declara Flávio Benatti, presidente da NTC&Logística.

Inclusão social & Renovação de frota

Um dos frutos da nova lei é a possibilidade de formalizar um público consumidor que sempre encontrou problemas na hora de obter um financiamento: “O fim da carta-frete colabora muito com a inclusão social do motorista profissional, e poderá fazer com que ele realmente consiga comprar um caminhão melhor. Hoje, a idade da frota guiada por autônomos beira quase 20 anos, enquanto grandes empresas trocam um veículo depois de seis anos de uso. É uma disparidade enorme, mas que pode ser alterada”, analisa China.

Benatti, da NTC&Logística, concorda: “Com os sistemas eletrônicos de pagamento, este motorista terá acesso a uma comprovação de renda por meio de histórico bancário, podendo renovar seu veículo com auxílio dos programas de financiamento. E com veículos novos será possível reduzir as emissões de poluentes, diminuir o índice de acidentes nas estradas e otimizar os serviços de transportes no País”.

Foto: Image Bank Scania

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