A manifestação de caminhoneiros nas estradas de 24 estados e no Distrito Federal chegou ao quinto dia nesta sexta-feira (25). As paralisações dão continuidade à mobilização contra a disparada do preço do diesel, que faz parte da política de preços da Petrobras em vigor desde julho de 2017.
Na noite desta quinta-feira (24), o Governo, representantes de entidades patronais e representantes de caminhoneiros autônomos se reuniram para discutir propostas para suspender a greve por 15 dias. Presidente da Abcam, José da Fonseca Lopes, deixou uma reunião na Casa Civil antes do término e afirmou que a entidade mantém posição de manutenção da greve dos motoristas. A União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam) e a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) não assinaram o documento.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) disse que o Rio Grande do Sul lidera no número de bloqueios, com 74 no total. O Paraná vem logo na sequência, com 72, enquanto Minas Gerais e Mato Grosso do Sul aparecem com 51 e 42, respectivamente.
O acordo
Ao fim do prazo de 15 dias, será realizada uma nova reunião entre os representantes do governo e do movimento dos caminheiros.
Quanto ao diesel, o ministro Carlos Marun, afirmou que o combustível terá seu preço congelado por 30 dias — com a manutenção da redução de 10% de seu preço nas refinarias. Tal vai de encontro aos reajustes diários realizados pela Petrobras. Os custos da primeira quinzena com a redução, estimados em R$ 350 milhões, serão arcados pela estatal. As despesas dos 15 dias restantes ficarão com a União como compensação para a petrolífera.
Suspeita de locaute
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que o governo investigará se houve locaute, quando empresários impedem funcionários de trabalharem, na paralisação dos caminhoneiros. “Nós temos indícios de que existe uma aliança, um acordo, entre os caminhoneiros autônomos, as distribuidoras e as transportadoras”, disse Jungmann.
“Isso é grave, porque isso apresenta indícios de locaute, evidentemente que nós estamos verificando isso, porque locaute é ilegal”, acrescentou. Na véspera, o presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, disse que as transportadoras aderiram à paralisação.
Os protestos têm levantado ainda temores quanto ao risco sanitário no país, à medida que o fornecimento de rações e o transporte de animais e cargas refrigeradas estão comprometidos pelas manifestações.