Com atividades do produtor ao porto, Grupo Cereal hoje emprega 400 pessoas e esmaga 3 mil toneladas de soja por dia
Não é raro casos de empresas familiares que alcançam sucesso no mercado brasileiro. Mas o caso do Grupo Cereal é interessante dentro deste cenário. Fundado em 1981 na cidade de Rio Verde (GO) por Evaristo Barauna, o grupo apresenta crescimento num setor dominado por grandes nomes multinacionais.
Em visita à unidade industrial e sede administrativa no sudoeste de Goiás a reportagem do Brasil Caminhoneiro pode ver de perto as atividades do Grupo Cereal e se surpreender com o envolvimento da família Barauna no processo da soja, em pleno pico da safra.
São mais de 400 colaboradores entre funcionários administrativos, trabalhadores em duas unidades industriais e 10 armazéns, além de cerca de 70 caminhoneiros entre motoristas fixos e folguistas. Nas duas unidades industriais são esmagadas 3 mil toneladas de soja, processo do qual o atual presidente Adriano Barauna apresenta amplo conhecimento, de ponta-a-ponta. “Farelo de soja é o nosso carro chefe, e como não é possível fazer o farelo sem o óleo, este também representa grande parte do nosso negócio”, explica o executivo.
A empresa cresceu 10% em 2016 e projeta crescimento de 23 por cento para este ano. Em Goiás, o Grupo Cereal é responsável por 4% da produção de soja e 1% da produção de milho. Para fazer o transporte de grãos do produtor para os armazéns, dos armazéns para as unidades industriais e das unidades industriais para o cliente, um braço logístico foi inaugurado: a Cereal Log, que hoje conta com freota de 65 veículos. “Tenho uma demanda constante e uma que varia. Nosso números de caminhões é em função da constante, e na variável utilizamos terceiros”, diz Adriano Barauna.
Destes, 15 são caminhões Actros 2651, adquiridos ano passado pela modalidade de leasing operacional. “Ficamos impressionados com a força do motor de 510 cavalos do modelo 2651. Notamos uma redução de custos operacionais devido à economia no consumo de combustível e nas despesas com manutenção”, revela Evaristo Barauna, fundador e conselheiro do Grupo Cereal. Em trecho que a equipe percorreu ao lado de motorista do grupo, constatamos a média de 2,3 km/l.
Safra recorde aquece a venda de caminhões
Segundo o 5º levantamento feito pela CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) e divulgado neste mês de fevereiro, a produção de grãos irá bater novo recorde no Brasil, devendo chegar a 219,1 milhões de toneladas na safra 2016/2017. Isso representa 17,4% a mais sobre os 186,6 milhões de toneladas da safra anterior.
A soja continua na liderança (105,56 milhões de toneladas), seguida de milho (87,41 milhões, duas safras), arroz (11,89 milhões) e feijão (3,28 milhões, duas safras), além de outros grãos.
O Centro-Oeste é a região que mais produz grãos no Brasil, devendo colher 94,5 milhões de toneladas, o que significa um crescimento de 25% em relação à safra anterior.
O Estado de Goiás é o segundo maior produtor do Centro-Oeste, com estimativa de 20,8 milhões de toneladas (crescimento de 18,6% em relação à safra anterior), atrás do Mato Grosso, com 55,9 milhões. Goiás é também o 4º maior produtor do Brasil.
A cidade de Rio Verde, distante 220 km da capital Goiânia, é a maior produtora de grãos de Goiás, respondendo por cerca de 1,2 milhão de toneladas de soja e milho, além de outras culturas. É também um imporante centro de difusão de novas tecnologias.
“O anúncio do novo recorde de produção de grãos traz alento não só para o agronegócio, como para toda a economia do País, afinal esse segmento gera negócios para o setor e para outras cadeias de suprimento, comércio e serviços”, ressalta Ari de Carvalho, diretor de Vendas e Markeing Caminhões da Mercedes-Benz do Brasil.
De acordo com o executivo, o novo recorde de produção de 219,1 milhões de toneladas de grãos significa 32,5 milhões de toneladas a mais a serem transportadas e a movimentação desse imenso volume de produção é feita principalmente por caminhões. “Em ocasiões como essa, o potencial para venda de caminhões extrapesados cresce muito e não é diferente no Centro-Oeste”, avalia o executivo.