Indústrias paradas e falta de abastecimento: confira os primeiros impactos das paralisações de caminhoneiros

Os primeiros impactos das paralisações de caminhoneiros começam a ser sentidos por empresas de todos os setores

A greve de caminhoneiros em protesto contra o aumento dos combustíveis está prejudicando o abastecimento de aviões no aeroporto de Brasília, informou a administradora do terminal, Inframerica, na terça-feira (22).

“O combustível para aviação disponível no sítio aeroportuário está contingenciado por conta do protesto dos caminhoneiros que ocorre no Distrito Federal”, afirmou a Inframerica em nota, explicando que a frota de caminhões que leva querosene de aviação para o terminal está retida no entorno do Distrito Federal.

A concessionária afirmou ainda que notificou as companhias aéreas sobre a restrição do combustível. Três voos foram cancelados nesta terça no aeroporto, mas a Inframerica afirmou ainda não ter certeza se os cancelamentos tiveram relação direta com a contingência no abastecimento.

Empresas de todos os setores são afetadas

Representantes da indústria e da agropecuária informaram que foram forçados a paralisar atividades por problemas logísticos na última terça-feira.

A GM informou que a greve afetou o fluxo logístico de suas fábricas. Por falta de entrega componentes para o funcionamento das linhas de produção, a Ford paralisou a produção de automóveis em Camaçari (BA), e de de motores em Taubaté (SP).

A greve também começou a afetar a fábrica do grupo francês PSA, que produz veículos das marcas Peugeot e Citröen. A unidade está localizada em Porto Real (RJ).

Volvo, Nissan e Fiat também confirmaram prejuízos à produção. A Nissan, que tem em Resende (RJ), confirmou que a paralisação comprometeu o abastecimento de peças.

Veja também: Greve dos caminhoneiros causa paralisação total na Aurora Alimentos

Com fábricas em Betim (MG) e Goiana (PE), o grupo FCA Fiat Chrysler também começou a sentir o comprometimento de seu fluxo logístico. A Bosch revelou estar com dificuldades tanto no recebimento de mercadorias via porto de Santos quanto em rotas de transportes interestaduais para abastecer suas seis fábricas e também nas entregas aos clientes.

O Tecon Santos, principal terminal da Santos Brasil, não recebeu nem expediu caminhões devido ao bloqueio. A Administração do Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) informou que dos 1,4 mil caminhões carregados de grãos que estavam programados para chegar aos portos paranaenses na terça-feira (22), apenas 333 conseguiram dar entrada.

De acordo com o Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), a greve estaria travando as entregas de algumas distribuidoras de aço. A entidade fez uma pesquisa informal e calculou que a ação dos motoristas de caminhão afetou o faturamento diário de suas associadas em 40% a 60%.

O presidente do grupo americano Novelis na América do Sul, Tadeu Nardocci, afirmou que ainda não há impacto visível da greve na operação da fabricante de produtos de alumínio, mas ele acredita que a parada “certamente tem potencial de impactar” as atividades.

Preços de produtos

Os preços de alguns produtos agrícolas já está recebendo o impacto da paralisação. Segundo o Cepea, o preço médio da batata padrão ágata especial, na terça-feira (22), era de R$ 170 a saca de 50 quilos em São Paulo, alta de 78,95%. No Rio de Janeiro os preços avançaram 8%, a 125,00 a saca, enquanto em Belo Horizonte a alta observada foi de 2,5%, para R$ 102,50 a saca.

No caso do tomate, a greve levou a um aumento de 1,59% nos preços do salada longa vida 3A na Ceagesp hoje, cotados a R$ 53,33 a caixa de 20 quilos. No Rio de Janeiro, os preços avançam 9,09% nesta terça-feira, para R$ 60 a caixa.

Com informações de Reuters e Valor Econômico

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