Maior incêndio que já atingiu o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros já dura oito dias
Um incêndio que começou no último dia 17 já destruiu mais de 20% do Parque da Chapada dos Veadeiros, em Goiás. No momento, os maiores focos de fogo estão no Vale da Lua, uma área vizinha da unidade de conservação, entre o distrito de São Jorge e a sede do município de Alto Paraíso.
O maior incêndio que já atingiu o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, uma das mais importantes unidades de conservação do Brasil, já dura oito dias e destruiu 64 mil hectares, ou 26% de sua área total – o equivalente à metade da área do município do Rio de Janeiro. Ao menos 200 pessoas trabalham 24 horas por dia no local na tentativa de conter as chamas, ainda sem controle.
Palavra do Ministro
Em entrevista nesta quarta-feira, 25, o ministro interino do Meio Ambiente, Marcelo Cruz, afirmou que, após análises de técnicos e depoimentos de moradores, as polícias investigam a hipótese de que o incêndio é criminoso. Ele disse que relatos indicam que pessoas em motocicletas atearam fogo em locais onde os primeiros focos surgiram.
Para Cruz, apesar dos estragos, a operação pode ser considerada “exitosa” se forem levadas em conta as “condições climáticas bastante severas” que os brigadistas e voluntários estão enfrentando em toda a região.
“Pode parecer um paradoxo, mas o incêndio que está ocorrendo é o maior da história. As condições climáticas estão bastante severas, não só no Cerrado, mas no país inteiro. As temperaturas estão elevadas, o clima está muito seco, a estiagem foi muito maior que em anos anteriores e os ventos estão mais fortes”, comentou Cruz, acrescentando que semelhante conjunção de fatores complicadores não era registrada desde 2010. “Só que, este ano, a estiagem está sendo mais prolongada, principalmente no Cerrado. Já era para estar chovendo, mas continuamos com temperaturas muito altas e clima muito seco.”
ICMBio
De acordo com o coordenador-geral de Proteção do ICMBio, Luiz Felipe de Luca, o total de áreas destruídas pelo fogo em todo o país está muito próximo aos dados do ano passado, mesmo 2017 tendo sido “um ano crítico”. Em 2016, 1,1 milhão de hectares foram devastados pelas chamas. Este ano, o levantamento já aponta um resultado próximo a um milhão de hectares queimados. O ICMBio é uma autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente.
“Possivelmente, o número no final do ano vai ser superior [ao de 2016], mas deve ficar próximo, porque, historicamente, o período crítico já está próximo do fim nas áreas de maior incidência de incêndios e, mesmo que ocorram novos incêndios, eles deverão ser de menor monta”, disse Luca.
Com informações do G1, Agência Brasil, BBC e Istoé