Na hora da buraqueira motorista e passageiros estão livres do efeito pipoca

por Mauro Cassane
Editor do Portal

Depois que o repórter Fábio Rogério avaliou a Frontier SE Attack 4×4 subindo e descendo a Serra do Mar, sozinho, por estrada de Primeiro Mundo, resolvi sentir como a picape se comportaria na hora de encarar o universo para o qual ela foi fundamentalmente concebida: chão batido, muita terra, lama e buraqueira. Neste cenário pouco amistoso o utilitário da Nissan surpreendeu.

Com a tração 4×4 acionada foi possível acelerar um pouco mais e sentir o carro flutuar sobre buracos e ondulações sem necessariamente que motorista e passageiro pulassem feito pipocas no interior da cabina (fenômeno muito comum em veículos traçados). O sistema de suspensão, exigido em situações mais severas, funciona perfeitamente bem oferecendo bom conforto e confiabilidade na tocada, especialmente nas curvas.

4x4 com reduzida deu conta do recado na lama

Mesmo jogando um pouco a traseira nas curvas mais fechadas, pela pouca aderência do terreno, e por estar sem qualquer carga, o conjunto tração, suspensão e pneus mistos deu conta da estabilidade. Na hora de travar o carro no freio, o sistema ABS em conjunto com o EBS garantiu segurança e eficiência, sem aqueles indesejáveis e desequilibrados sobressaltos.

Na lama, com atoleiros mais traiçoeiros, com profundidade de até 40 centímetros, foi preciso o auxílio da redução nos cubos que entrou em ação sem solavancos e tirou o carro da situação crítica em baixa rotação. Pisando de leve, a 2.000 rpm, condução econômica, o obstáculo fica para trás sem maiores escândalos do motor.

No sítio, fizemos a prova básica com carga. Carregada com sacos de areia, perfazendo 400 quilos, e com mais cinco pessoas na cabina (aproximadamente mais 300 quilos) a Frontier SE mostrou que não dá vexame na hora do trabalho e que não faz o tipo picape bonitinha urbanóide que só parece valente quando vazia e no asfalto. Venceu rampas de terra batida, com aclives de até 35º sempre com o giro na faixa econômica. Parando e saindo na subida, com a tração integral acionada, o carro assume jeitão parrudo e assume comportamento de trator.

A picape. E o pônei.

A troca de marcha é macia, curta e silenciosa, mostrando sincronia fina entre caixa e motor, e permitindo, sem carga, uma tocada mais esportiva. Contudo engatar a ré, para quem não tem muita intimidade com a picape, é uma tarefa trabalhosa. O engate exige leve pancada na alavanca de câmbio para que ela se encaixe na posição um pouco mais ao lado da quarta marcha. Leva tempo para se adaptar e, uma vez acostumado, o toque passa a ser mais natural.

O design da versão 2012 é inovador harmonizando robustez com elegância (o que não é muito fácil neste segmento). Picapeiro de verdade valoriza força e robustez. Neste quesito a Frontier surpreende. Falta, ainda, para todas as fabricantes, que alguém, quiçá o mercado, as convença de que picape tem que ter parachoque de ferro, e não de plástico, na parte dianteira, do mesmo jeito que tem na traseira.

Interior da Frontier Attack

Fotos: Mauro Cassane e Fábio Rogério

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