A enorme tragédia que a Covid-19 trouxe ao Brasil – e ao mundo – revelou o papel fundamental dos caminhoneiros para manter o país funcionando, apesar da quarentena e de todos os problemas econômicos e sociais resultantes desse necessário isolamento.
Manter as estradas abertas tem garantido o abastecimento dos produtos necessários ao dia-a-dia das pessoas: não há falta de alimentos, de remédios, de nenhum bem de consumo. É importante notar que os quase 2 milhões de caminhoneiros têm se mantido no trabalho, enfrentado a crise com dedicação, percorrendo todas as regiões do país, como sempre fizeram.
É um bom momento para avaliar o papel econômico desse universo, que responde por cerca de 70% de toda a carga transportada no Brasil. Se eliminarmos daí o transporte de minérios e outros produtos da indústria de base, que costumam se transportados por trem, chegamos a quase 90% do transporte de produtos essenciais por caminhões. Para que isso aconteça, o país conta com grande infra-estrutura de postos de abastecimento, cerca de 200 mil transportadoras, que empregam 2,6 milhões de funcionários, 800 mil caminhoneiros autônomos e 1,2 milhão de caminhoneiros contratados. Um complexo que gera mais de 6 milhões de empregos.
Por isso, as estradas abertas e o trabalho dos caminhoneiros têm um significado especial nestes momentos de dificuldade. O trabalho deles é a ponta de lança que faz girar a economia, mesmo em tempos tão complicados e, porque não dizer, assustadores.
Dezenas de empresas e entidades estão manifestando seu apoio formal aos caminhoneiros: distribuição de alimentos, quando a maioria dos restaurantes e pontos de alimentação nas estradas ficaram fechados, produtos de higiene para que possam garantir a limpeza das cabines e sua própria segurança.
Por tudo isso, o trabalho que o Brasil Caminhoneiro vem desenvolvendo ao longo de 25 anos, com seus programas de TV e rádio demonstra a importância de informar e apoiar essa vasta malha de profissionais, que representam, de fato, uma linha de frente no desenvolvimento econômico do país.
Por Murilo Carvalho