Pátios de Cubatão operaram normalmente após trânsito e polêmicas

por Leandro Tavares,
da redação para o Brasil Caminhoneiro.

Há uma semana o Sistema Anchieta-Imigrantes ganhava destaque nos principais noticiários do Brasil. O motivo: um decreto da Prefeitura de Cubatão fez com que pátios reguladores do Porto de Santos fechassem das 18h até às 8h da manhã do dia seguinte. Isso resultou em mais de 50 km de congestionamento na descida da Serra do Mar na terça-feira, dia 28 de maio.

Passado o tumulto, a decisão foi revogada pela prefeita da cidade. No entanto, a repercussão do caso gerou críticas não apenas da opinião pública, mas também de figuras importantes do governo do Estado de São Paulo. Em entrevista ao portal G1, Saulo de Castro Abreu Filho, secretário de Logística e Transporte, criticou a medida. “A prefeitura de Cubatão não pode ter essa interferência no maior porto da América Latina. Não é possível. Essa atitude cabe responsabilização, inclusive judicialmente. É evidente. Se tiver de novo, nós e o Governo Federal vamos acionar a Justiça”, afirmou.

A declaração gerou uma resposta do secretário de Cubatão, José Carlos Ribeiro. “É estranho que uma autoridade com essa responsabilidade desconheça as ações que os municípios vêm implantando para diminuir os impactos causados pelos congestionamentos… São problemas que se arrastam por pelo menos uma década. Em vez de bravatas, é necessário buscarmos soluções concretas e em conjunto que garantam o escoamento das cargas, mas também o direito da população de se locomover”, retrucou em nota oficial.

No dia seguinte foi a vez do governador Geraldo Alckmin se pronunciar. O político do PSDB também discordou da forma como a decisão foi tomada. “Foi um decreto desastroso da prefeita de Cubatão. Tanto é que ela recuou, porque não tem sentido. Todo mundo quer que o Porto funcione 24 horas, todos os portos do mundo funcionam 24 horas, então o pátio não pode fechar às 18h, tem que funcionar a noite inteira”, avaliou o governador.

No último sábado, a prefeita de Cubatão, Marcia Rosa, do PT, rebateu Alckmin. “O governador foi à imprensa dizer que eu tive uma atitude desastrosa com o decreto, limitando o funcionamento dos pátios. Mas a Ecovias opera o sistema Anchieta-Imigrantes e também é responsável”, explicou. Para ela, o problema é que Cubatão não pode pagar sozinha pelo desenvolvimento.

“A concessionária tem condições de absorver uma parte da demanda, até mesmo no planalto. Se houver planejamento, muitos caminhões podem descer a serra de acordo com um cronograma articulado com o porto e a prefeitura”, propôs Marcia, que concluiu: “Os problemas nem começaram com o decreto, nem vão acabar com o fim do decreto”.

Foto: Divulgação

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