Período de janeiro a agosto tem registro de queda na atividade da indústria de implementos rodoviários

A produção de implementos rodoviários em 2012 continua em queda. De janeiro a agosto desse ano as empresas do setor produziram 108.853 unidades, contra 126.499 produtos do mesmo período de 2011. Isso representa uma retração de 13,95%.

No segmento Pesado (reboque e semirreboque) a queda na produção de janeiro a agosto foi de 13,62%. Já no segmento Leve (Carroceria sobre chassi), o índice negativo registrado foi de 14,10%. “A ligeira alta de 0,5% no PIB no segundo trimestre do ano não trouxe ainda efeitos positivos para o setor pois foi puxada mais uma vez pelo setor de serviços, com destaque para a administração pública segundo dados do IBGE”, diz Mario Rinaldi, diretor Executivo da ANFIR.

Em comparação ao desempenho do setor de caminhões, que também apresenta resultado em queda, o percentual negativo do segmento de implementos rodoviários é menor. Segundo dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) de janeiro a agosto foram licenciados 89.551 caminhões, contra 112.599 do mesmo período de 2011, o que representa queda de 20,5%.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (ANFIR) acredita que a diferença nos percentuais de queda de implementos rodoviários e caminhões pode ser explicada por dois fatores. O primeiro foi a antecipação de compra de caminhões equipados com motores Euro 3, ocorrida no final de 2011 que não foi acompanhada pela comercialização de implementos rodoviários. O outro fator é a necessidade de as transportadoras levarem mais carga a grandes distâncias, utilizando composições que demandam mais de um implemento por caminhão. Nesses casos, a venda de um caminhão é seguida da comercialização de dois implementos rodoviários.

As empresas associadas à ANFIR (Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários) têm seus negócios atrelados com muita intensidade ao desempenho geral da economia. Assim, vários fatores podem influenciar a atividade do setor como a realização de obras de infra-estrutura, produção de bens de consumo e alimentos e também a venda de caminhões.

No entanto, a ANFIR acredita que a curva de queda pode reduzir sua velocidade até o final do ano. A decisão do governo federal de baixar os juros para financiamento de bens de capital pelo programa Finame, de 5,5% ao ano para 2,5%, deve refletir positivamente no desempenho da indústria de implementos rodoviários. “Ainda é cedo para fazer previsões, mas a queda no percentual dos juros dos financiamentos, determinada no final de agosto, foi muito bem recebida pelas empresas do setor”, afirma Alcides Braga, presidente da ANFIR. Porém, o presidente da ANFIR adverte: “A indústria leva mais tempo para sentir os benefícios porque produzimos bens de capital cuja compra é planejada pelas empresas com antecedência”, explica.

(EH)

Foto: Ilustração

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