A produção de veículos no Brasil caiu 22,8% em 2015 na comparação com 2014, segundo dados divulgados nesta quinta (7) pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotivos).
Em 2015 foram produzidos no país 2,43 milhões de veículos entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus ante 3,15 milhões de janeiro a dezembro de 2014. Efeito da recessão econômica, a indústria automotiva recuou ao patamar de 2006 (2,4 milhões de unidades produzidas).
Já o mercado interno apresentou queda de 26,6% nas vendas em 2015 na comparação com 2014. No ano passado foram licenciados 2,57 milhões de veículos ante 3,5 milhões em 2014, recuo de oito anos, segundo a entidade.
Não bastasse isso, o baque no setor de veículos comerciais foi ainda maior, com forte retração nas vendas de caminhões (-47,7%) e ônibus (-38,9%) na comparação com 2014, com destaque negativo para o setor de extrapesados: queda de 60,6% ante 2014.
“Foi um ano muito difícil para o mercado de veículos comerciais”, disse o vice-presidente Luiz Carlos Gomes de Moraes. Segundo ele, a queda do PIB, a queda de confiança do investidor e condições de financiamento pouco atrativas foram alguns dos motivos que levaram à dêbacle.
Renovação da Frota
Segundo Luiz Moan, presidente da Anfavea, a renovação da frota é um objetivo da entidade há mais de 20 anos. “A nossa frota é muito velha, especialmente a de caminhões.” A entidade estima cerca de 250 mil caminhões com mais de 30 anos de idade. “É um desperdício de produtividade”, salientou.
Na véspera, o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, havia adiantado um projeto de renovação da frota a ser lançado em parceria com o governo federal. Apelidado de “Programa de Sustentabilidade Veicular”, o projeto, que pode ser lançado ainda este mês, envolverá caminhões a partir de 30 anos de uso e carros a partir de 15 anos de uso, segundo o dirigente.
Empregos
O setor terminou dezembro com um total de cerca de 130 mil pessoas empregadas (mesmo nível de 2010), queda de 10,2% em relação ao mesmo mês de 2014, sendo que 40 mil estão em regime de lay-off ou enquadrados no PPE (Programa de Proteção ao Emprego), segundo a Anfavea. O dado preocupa, pois, como a produção remete a 2006, configura excesso de pessoal.
Previsão para 2016
Para este ano, a Anfavea projeta uma variação de 0,5% na produção, ancorada numa alta de 8,1% nas exportações, e uma queda de 7,5% nos licenciamentos.
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