No Rally da Safra 2012, evento que acontece no Brasil desde 2004, neste ano, reuniu sete equipes realizaram pesquisas no primeiro trimestre, em 13 estados brasileiros e no Distrito Federal. As equipes percorreram mais de 60 mil quilômetros e recolheram cerca de 1,3 mil amostras nos principais pólos de produção de milho e soja do país. A área escolhida representa 99,4% da área cultivada de soja e 80% da área com milho em todo o Brasil.
Durante a viagem, os participantes coletaram cerca de mil amostras de soja e milho e realizaram oito palestras com os produtores rurais. Técnicos e pesquisadores avaliaram o espaçamento entre plantas, população de plantas, peso, número e umidade de grãos, ocorrência de pragas e doenças. Também foram realizados testes de transgenia para ambas as culturas, análise de solo, avaliação do plantio direto na palhada e monitoramento de perda nas lavouras recém-colhidas ou em processo de colheita.
O Rally resulta na mais completa radiografia da safra brasileira, onde é possível avaliar a expectativa dos produtores e agentes do setor quanto à safra de grãos, identificar tendências em investimentos, endividamento, comercialização, custos de produção, operacionalização das lavouras, infraestrutura de transporte e armazenagem e meio ambiente.
Resultados da 9ª edição do Rally da Safra
A seca na região Sul arrasou a safra brasileira de soja 2011/12, e o país deverá colher 65,2 milhões de toneladas, diante de 75,3 milhões de toneladas registradas na safra passada. A produtividade média nacional, que na safra anterior foi de 51,9 sacas por hectare, caiu para 43,3 sacas por hectare. Terceiro maior produtor nacional de soja, o Rio Grande do Sul foi o estado mais castigado pela estiagem e agora ocupa o quarto lugar no ranking. Há registros de quebra acima de 50% em várias lavouras, em especial na região noroeste do estado, onde todo o período de desenvolvimento da lavoura foi afetado, conforme aponta levantamento feito pelo Rally da Safra 2012.
O Paraná foi outro estado prejudicado pela seca, com produtividade muito abaixo do esperado, alcançando 39 sacas por hectare contra 56 sacas na safra 2010/11. No oeste e no sudoeste do estado ocorreram os maiores prejuízos, principalmente nas lavouras de soja precoce. Diante desse quadro, a safra no estado caiu de 15,5 milhões de toneladas para 10,5 milhões de toneladas. Assim como o Paraná, o Mato Grosso do Sul também teve dificuldades com as lavouras de soja precoce na parte sul do estado, refletindo na queda da produtividade de 49 para 42 sacas por hectare.
O contraponto nesse cenário foi Goiás, que merece destaque no Rally da Safra por ter registrado a maior produtividade média brasileira, com 54 sacas por hectare, diante de 52 sacas na safra passada, por conta das boas condições climáticas e o uso intensivo de tecnologia. Já no Mato Grosso, onde havia expectativa de safra recorde, a ferrugem e o baixo peso dos grãos principalmente nas lavouras da região da BR 163, levaram o estado a registrar, nesta safra, a mesma produtividade de 53 sacas por hectare do ano passado, obtida com o aumento da área plantada.
Apesar da produtividade menor na safra 2011/12, houve expansão na área plantada e a safra de milho verão deve atingir 36,5 milhões de toneladas. Se somados os resultados de milho verão à expectativa de produção de milho safrinha, de 28,1 milhão de toneladas, o total deverá alcançar 64,6 milhões de toneladas. “Desde o início da década, a safra total de milho não se equiparava à de soja”, diz André Pessôa. Um destaque nas lavouras de milho visitadas pelo Rally foi a região do Maranhão, Piauí e Tocantins (MAPITO) e no oeste da Bahia, com forte expansão do milho verão de alta tecnologia.
Foto: Divulgação/Rally da Safra