Caminhões Scania P 250 8×2 foram adquiridos pelo Grupo Esquadra, especializada em segurança patrimonial que espera aumentar faturamento em 2016.
O mercado de segurança patrimonial deve crescer 6% em 2016. Ao menos essa é a aposta do Grupo Esquadra, que se preparou para a alta adquirindo três semipesados blindados da Scania. A exigência era ter um aumento da capacidade de carga do veículo para pelo menos 13 toneladas, com facilidade de manobra e direção, e adaptação para descarregar em doca.
O modelo escolhido foi o P 250 8×2, e o resultado foi apresentado pela empresa sueca nesta quinta-feira na fábrica de São Bernardo do Campo (SP). Esta é a primeira vez que caminhões genuinamente 8×2 são desenvolvidos no Brasil para rodar com essa configuração.
A blindagem na cabine e no baú foi realizada pela MIB Blindados e é de nível três. A cabine tem lugar para quatro vigilantes dentro dela, e o conjunto inteiro tem fechaduras eletrônicas em todas as portas, duplo sistema de rastreamento, divisores internos de cargas, plataforma traseira elevatória e porta com sistema de travamento interno e externo. Todos os veículos possuem segurança avançada com GPS, sistema de videomonitoramento, botão de pânico, fechadura randômica e sensores de portas e sirenes. A nova frota tem capacidade técnica para transportar 14 toneladas, com volume de 44 metros cúbicos.
“Embora a cabine tenha sido blindada, tudo dentro dela ainda é da Scania. Ou seja, a ergonomia está garantida”, explica Celso Mendonça, gerente de desenvolvimento de negócios da Scania no Brasil. “Por motivos óbvios, esse caminhão não pode parar. Ele tem que partir e chegar ao seu destino sem nenhuma falha, sem nenhuma parada imprevista”, explica o executivo ao destacar a autonomia do modelo.
Blindados e segurança
A entrada no mercado de veículo blindados é estratégica para a Scania. A fabricante começou um trabalho para este setor no fim de 2015, e até agora foram vendidos 12 caminhões para empresas deste segmento, contando a venda para o Grupo Esquadra. O número absoluto pode parecer baixo perto do mercado total, porém o mercado de transportadoras de valor é restrito, com apenas cinco empresas homologadas na Polícia Federal para prestar este serviço.
Com presença nas capitais de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Paraná e escritórios regionais em 24 cidades, a Esquadra possui um quadro de 5.400 funcionários e uma frota de 60 veículos de diferentes configurações. Mesmo com o cenário econômico desfavorável, o grupo contabiliza bons resultados em 2015, com crescimento de 40% ante 2014 e faturamento de R$ 295 milhões.
Neste ano a expectativa é um resultado de R$ 350 milhões. O que impulsionou o crescimento e a consolidação dos bons números no ano passado foi o transporte de valores. “Apesar de ser um mercado muito fechado, em que as multinacionais predominam, nós somos uma novidade e temos o diferencial de atuar em cinco segmentos”, explica Marcos Vinícius Ferreira, um dos sócios da Esquadra.
Dados da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística indicam que o Brasil chega a perder por ano cerca de R$ 1 bilhão com o roubo de cargas. Somente em 2014, foram registrados 17,5 mil roubos, número 42% maior do que em 2010 (12,3 mil). E segundo a Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de Minas Gerais (Fetcemg) a ação de quadrilhas especializadas em roubo de cargas no estado causou, em 2015, prejuízo de R$ 212 milhões.