Sem acordo sobre frete mínimo, caminhoneiros fazem novos protestos

Após adiar em março a decisão sobre a viabilidade de uma tabela de frete mínimo para todo o Brasil, o Governo Federal anunciou nesta quarta-feira (22) que descartou a proposta, uma das principais exigências dos caminhoneiros na onda de protestos que parou estradas em todo o País. Com a decisão, novas paralisações voltam a acontecer em pelo menos cinco estados brasileiros nesta quinta-feira.

Em São Paulo, caminhoneiros optaram por estacionar em postos e estradas da região de Ribeirão Preto (SP). No Mato Grosso, sete trechos das rodovias BR-364 e BR-163 estão bloqueadas. Segundo a assessoria da Polícia Rodoviária Federal (PRF), está permitida a passagem apenas de carros, ônibus, ambulâncias e veículos oficiais.

Já no Paraná há protestos em quatro rodovias federais – BR-277, BR-163 (ambos sem bloqueios), BR-467 e BR-376. Em Santa Catarina os caminhoneiros tentaram formar bloqueios em rodovias no oeste do estado, mas a Polícia Militar Rodoviária interviu.

Um dos estados com maior engajamento nos protestos de fevereiro, o Rio Grande do Sul voltou a ter manifestações nesta quinta. São seis as rodovias com bloqueios: BR-470, BR-285, BR-472, BR-158, BR-386 e ERSC-287.

“Frete mínimo é impraticável”

“(O tabelamento impositivo do frente) não tem apoio constitucional e é impraticável”. A frase é de Miguel Rossetto, ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República. O motivo: as diferenças na qualidade das estradas e dos tipos de cargas transportadas em toda a extensão do País.

No início de abril a reportagem do programa Brasil Caminhoneiro ouviu opinião semelhante, porém vinda de um representante dos caminhoneiros. Presidente do Sindicam-SP e da Fetrabens, Norival de Almeida Silva acredita ser muito difícil a criação de uma única tabela referencial de frete para todos o país por conta do tamanho do Brasil. Clique aqui para ver.

No lugar de impor um frete mínimo, o Governo apresentou a proposta de criação de uma tabela referencial, que serviria como base de negociação. Assim só toma prejuízo no frete que aceitar um valor abaixo. No entanto o recurso não foi aceito pelos representantes de caminhoneiros que participaram da reunião.

Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil

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