Até o fim deste ano, os pedágios em estradas de São Paulo devem aceitar cartões para pagamento, mas serão só pré-pagos e específicos, como os de transporte público. Cartões de crédito e de débito normais, usados amplamente pela população, não servirão, mesmo que adotem tecnologia de pagamento por aproximação (sem senha). O pagamento com dinheiro continuará normalmente.

Isso é o que está determinado em portaria da Artesp (Agência Reguladora de Transporte do Estado de São Paulo). Outros estados, como RS, PR e MG, já aceitam cartões gerais.

Isso não acontecerá em SP porque a tecnologia de cobrança a ser adotada é incompatível com a das demais bandeiras de cartões. O mês exato do início das operações com cartão não foi informado pela agência. Os cartões de SP terão de ser “carregados” com crédito pelo usuário.

De acordo com a agência, o sistema permite concorrência:

“O modelo adotado pela Artesp é um padrão de tecnologia aberto semiautomático que permite ampla concorrência. Qualquer fabricante poderá ofertar esses produtos, e o Estado terá poder de regulação, o que é importante para as rodovias em função de segurança”, afirmou Giovanni Pengue Filho, diretor-geral da Artesp.

Em contato com algumas entidades, a Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços) não quis se manifestar sobre a decisão, mas informou, por meio de sua assessoria, que um grupo de trabalho recém-criado iniciou discussões sobre o tema.

Outra que não quis se manifestar foi a ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias). Também por meio de sua assessoria, informou que ainda não tem um estudo ou posicionamento sobre o assunto.

Em contrapartida, A Artesp informa que os cartões tradicionais podem participar:

“As bandeiras tradicionais não estão impedidas de participar do modelo, seja através da adoção de cartões multiprotocolos, seja através da carga de créditos nos modelos automático e semiautomático”, declarou o diretor da Artesp.

Uma pesquisa feita em dezembro do ano passado, a pedido da Mastercard, com mais de 2.000 usuários que pagam pedágio com dinheiro, mostrou que o tempo de espera na fila e a falta de troco são as principais reclamações.

Ainda com os dados coletados, 81% dos entrevistados gostariam de pagar o pedágio com cartão de crédito ou de débito por aproximação. Além disso, 62% prefeririam utilizar seu cartão de crédito ou de débito em vez de cartão pré-pago exclusivo para pedágio.

Outros estados já usam cartões gerais

No Paraná e Rio Grande do Sul, a EcoRodovias já opera com cartões de crédito e de débito com bandeiras de ampla aceitação. Em abril, será a vez de Minas, com cartões de débito, por enquanto.

Fonte: Portal NTC (com informações do UOL).

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