Novas regras para o Finame fazem taxas fluturarem de 11% até pouco mais de 15%.
As novas regras do Finame para compra de caminhão, previstas na circular 8, de 6 de março, do BNDES, preveem spread (remuneração do banco) menor para micros, pequenas e médias empresas (MPEs). A taxa é de 1,5% ao ano. Pelos critérios do banco de fomento, essas empresas são as que faturam até R$ 300 milhões ao ano. Já as maiores pagam 2,33% de spread.
Além da remuneração do BNDES, a taxa do Finame inclui a TLP (Taxa de Longo Prazo), que hoje se encontra em 6,76% ao ano, e o spread do agente financeiro (banco de varejo), que varia de 3% a 6%, de acordo com a instituição e o risco do cliente. Portanto, os juros finais vão de 11,26% a 14,26% ao ano para as MPEs e de 12,09% a 15,09% para as empresas maiores.
No caso das micros, pequenas e médias, é possível financiar 100% do valor do caminhão. Já, para as grandes, a participação máxima do BNDES é de 60%, podendo chegar a 80%, sendo que os 20% da diferença terão o seguinte custo, de acordo com a circular: taxa Selic acumulada; Variação da Unidade Monetária do BNDES, acrescida dos encargos da cesta de moedas (UMBNDES/Cesta); ou variação do dólar acrescida dos encargos da cesta de moedas.
Vale lembrar que, durante muito tempo, o mercado contou com juros subsidiados para compra de caminhões no País. Em 2012, por exemplo, o Finame oferecia uma taxa fechada de 2,5% ao ano – até 6 vezes menor que a atual. Desde então, ela vem numa curva ascendente. E as novas regras aproximam ainda mais os juros do Finame dos do CDC, dos bancos privados. Mesmo assim, o gerente do Departamento de Relacionamento Institucional e Gestão do Crédito Rural do BNDES, Tiago Luiz Cabral Peroba, afirma que o Finame continua atrativo. Segundo Peroba, representantes de 43 bancos aprovaram as mudanças em reunião realizada dia 15 de março. “Eles disseram que, se existe um produto que continua interessante, este produto é o Finame”, alega.
Mas, pelo menos na P.B. Lopes, concessionária Scania em Londrina, a linha do BNDES perdeu participação e hoje é responsável por apenas 10% dos negócios. Na loja, os clientes têm conseguido taxas menores no CDC. E mesmo quando o financiamento pelo Finame fica mais barato, tem gente optando pelo dinheiro privado. “Tivemos um cliente que, mesmo pagando R$ 4 mil a mais no CDC, optou por essa linha devido à praticidade”, conta o gerente-geral Marlon Sartório Adami.
O CDC, segundo ele, é bem mais fácil de contratar e também para fazer uma quitação antecipada se o cliente desejar. “Você pede hoje e amanhã seu caminhão já está quitado. As parcelas que ainda faltavam para vencer você paga com juros zero”, explica.
De acordo com Adami, a concessionária pede para os bancos avaliarem o perfil do comprador e calcular o spread. “Chamamos todos os bancos e pedimos para eles apresentarem uma proposta para nosso cliente”, conta. O spread tem variado de 3% a 6%, segundo ele.